São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997 |
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Policiais acusados de matar supostos pistoleiros são soltos
IRINEU MACHADO
A prorrogação havia sido pedida pela delegada Dayse Aparecida Gomes Ferreira, que preside o inquérito sobre a chacina do chamado "Bando Bel", ocorrida em Santa Inês (250 km de São Luís). A juíza Ilva Salazar Eliseu, da 2ª Vara da Comarca de Santa Inês (MA), indeferiu o pedido alegando que era "inconsistente" e considerou desnecessário manter a prisão dos acusados. A delegada Dayse acusa a Justiça de Santa Inês de tentar dificultar as investigações do caso. "Sem a prisão dos envolvidos, nosso trabalho será dificultado", disse. O prazo para a conclusão do inquérito acaba em 4 de setembro. Para a delegada, a juíza está "levando o caso para o lado pessoal" para tentar proteger os policiais. "Ela já foi delegada e é casada com um policial civil em Santa Inês, que é amigo dos agentes que estavam presos", afirmou. Tendenciosa A juíza nega que tenha sido tendenciosa. "Já fui delegada, como fui professora e procuradora de Justiça. Se isso me impedisse de julgar alguém, eu só iria julgar lavadeiras", afirmou. Entre os policiais soltos ontem estão o ex-delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Raimundo Brandão, e o ex-delegado regional de Santa Inês, Almir Macedo. Todos os policiais acusados negaram participação no crime em seus depoimentos à polícia. A Agência Folha não conseguiu falar com eles ontem. Na época do crime, o Bando Bel era acusado de ter assassinado o delegado Stênio Mendonça. Humberto Gomes de Oliveira, o "Bel", e outros três homens que teriam participado do crime foram presos no Pará. Os acusados foram levados ao interior do Maranhão a pedido da Justiça. Quando eram levados de volta a São Luís, eles foram mortos a tiros. Os policiais que os escoltavam alegaram que foram cercados por cerca de 15 pistoleiros. Depois do crime, a governadora Roseana Sarney (PFL) exonerou o então secretário estadual da Segurança, Jair Xexéo, e o delegado-geral da Polícia Civil, Raimundo Brandão. Testemunhas surgiram dizendo que policiais de Santa Inês tinham sido os autores da chacina. A polícia passou a suspeitar de "queima de arquivo". Os quatro poderiam denunciar os mandantes da morte de Stênio Mendonça. Texto Anterior: Polícia Civil descobre plano para sequestrar juízes em Minas Próximo Texto: Médicos divergem sobre caso de gestante Índice |
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