São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Trabalho de presos é solução para rebeliões

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa Datafolha feita em São Paulo mostra que 74% da população defende o trabalho dos presos como forma de reduzir rebeliões.
A melhoria das condições de vida nos presídios é apontada por apenas 13% dos entrevistados como caminho para conter as rebeliões.
A medida é defendida em maior proporção (24%) por entrevistados que têm entre 16 e 25 anos. Nesse grupo, 64% apontam o trabalho como forma de controle de rebeliões, contra 82% entre os entrevistados com 41 anos ou mais.
O Datafolha ouviu 634 pessoas da população adulta da cidade de São Paulo no dia 25 de junho.
A maioria dos entrevistados (68%) afirma que só os criminosos perigosos devem ser encaminhados aos grandes presídios.
Ainda segundo o estudo, 89% dos pesquisados são favoráveis à adoção de penas alternativas.
O roubo de comida, a falta de pagamento de pensão alimentícia e o uso de maconha são os crimes em relação aos quais a pena alternativa é considerada mais aceitável.
Entre os entrevistados, 51% concordam totalmente com a pena alternativa no caso de roubo de comida, enquanto apenas 15% têm posição oposta.
Em relação ao uso de maconha, 46% são favoráveis à pena alternativa. Mas a resistência também é grande: 32% discordam totalmente da medida.
A pena alternativa é defendida por 44% no caso de falta de pagamento de pensão alimentícia, com oposição de 24%.
A população se divide quando os crimes são uso de cocaína, roubo de toca-fitas e emissão de cheques sem fundos.
Nesse último caso, 34% dos entrevistados são favoráveis à pena alternativa, enquanto 35% têm posição oposta. O uso de cocaína deve ser punido com penas alternativas na opinião de 42%. A medida é rejeitada por 38%. Também há equilíbrio no caso de roubo de toca-fitas: 39% defendem a pena alternativa e 37% são contrários.
A defesa das penas alternativas é maior entre os que têm curso superior (93%) do que entre os que fizeram até o primeiro grau (85%).
As mulheres, com 91%, apóiam as penas alternativas em maior proporção que os homens (86%).
Entre os entrevistados com renda familiar superior a 20 salários mínimos, a defesa das penas alternativas é de 91%, contra 87% entre os detentores de renda familiar até dez salários mínimos.

A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade, com sorteio aleatório dos entrevistados. A população adulta da cidade de São Paulo foi tomada como universo da pesquisa. Nesse levantamento, realizado no dia 25 de junho, foram entrevistadas 634 pessoas. A margem de erro decorrente desse processo de amostragem é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. Isso significa que, se fossem realizados cem levantamentos com a mesma metodologia, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro prevista.

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