São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997 |
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Consumidor seleciona construtora Cliente está mais exigente FÁTIMA FERNANDES; MAURO ARBEX
Depois que estourou a crise na Encol, a maioria dos clientes só está fechando a compra de um apartamento após se informar, detalhadamente, sobre todos os dados legais do imóvel. "O cliente está até mesmo visitando a sede da construtora para verificar se ela de fato existe", diz Fábio Rossi Filho, diretor da Itaplan Imóveis. O consumidor também passou a verificar as obras que já foram construídas e entregues pela empresa. "Isso vem acontecendo há dois meses, mas essa preocupação se intensificou nas duas últimas semanas", afirma Rossi Filho. Segundo Paulo Vinícius, gerente de vendas da Lello -construtora e imobiliária de São Paulo-, "estamos sentindo que o consumidor está muito mais preocupado em verificar se a documentação do imóvel está totalmente em ordem. Isso vem ocorrendo inclusive com os apartamentos prontos". A crise na Encol, de acordo com ele, "estourou como uma bomba e reduziu a procura em cerca de 50%, principalmente após o assunto ter sido amplamente noticiado pela imprensa". Limpeza O mercado imobiliário avalia que o efeito Encol pode provocar uma "limpeza" no setor, fortalecendo as construtoras mais tradicionais e conhecidas no mercado e prejudicando as menores, com menor poder de fogo. A Rossi Residencial, por exemplo, uma das maiores construtoras do país, quase não foi afetada pela redução de vendas que atingiu outras empresas. Conforme José Paim de Andrade, superintendente da Rossi, neste último final de semana as vendas "foram boas". A construtora vendeu no sábado e no domingo 63 apartamentos de um lançamento realizado no bairro da Liberdade, região central da cidade de São Paulo. A imobiliária Itaplan considera que o mercado imobiliário pode ter sido prejudicado pela Encol, mas as empresas mais sólidas não foram abaladas. "Nas últimas três semanas, as nossas vendas estão até subindo", afirma Fábio Rossi Filho, diretor da Itaplan. Outra imobiliária, a Fernandez Mera, também não sentiu mudanças no ritmo de vendas neste final de semana. "Vendemos 60 unidades, o que está dentro da média da empresa", diz José Roberto Dalcon, diretor superintendente. Para Paim de Andrade, da Rossi, "o cliente tende agora a ser mais seletivo e a procurar empresas com maior tradição no mercado. A crise está até nos favorecendo". O presidente do Secovi, Ricardo Yazbek, informa que o número de lançamentos na cidade de São Paulo aumentou 34,3% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 96. (FÁTIMA FERNANDES e MAURO ARBEX) Texto Anterior: Mercado de dólar continua pressionado Próximo Texto: Mutuários da BA mandam carta para governador Índice |
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