São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Aliança opositora vence sua 1ª eleição

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

A aliança dos partidos de oposição ao presidente da Argentina, Carlos Menem, conseguiu no domingo sua primeira vitória eleitoral desde que foi criada, no início deste mês.
Juntas, a UCR (União Cívica Radical) e a Frepaso (Frente País Solidário) tiveram 56,8% dos votos nas eleições parlamentares realizadas na Província do Chaco (norte do país). O Partido Justicialista (do presidente Menem) obteve 31,1% dos votos.
No próximo dia 26 de outubro ocorrem eleições em todo o país, desta vez para a escolha de deputados federais. As pesquisas mostram que o partido do presidente Menem corre grande risco de perder a maioria na Câmara dos Deputados.
A eleição no Chaco renovou metade das 32 vagas existentes na Câmara de Deputados da Província (equivalente às Assembléias Legislativas no Brasil).
A aliança das oposições conseguiu dez cadeiras, o PJ ficou com cinco, e o partido Ação Chaquenha (de direita) obteve apenas uma.
A vitória da aliança já era esperada na Província, mas a margem de votos causou surpresa.
Reações
Sobre a vitória da aliança opositora, disse o presidente Menem: "Foi um triunfo do governador Angel Rozas e da população do Chaco". Ele evitou fazer outros comentários sobre a derrota de seu partido.
Rozas é filiado à UCR e já governa com o apoio da Frepaso. Em 1995, ele se elegeu com 50,89% dos votos e o PJ ficou com 49,11% das preferências.
Para o ministro Carlos Corach (Interior), principal articulador político de Menem, o resultado significa "apenas um respaldo da população à administração provincial".
A oposição busca dar dimensão nacional à vitória conseguida na Província do Chaco. "É uma vitória histórica, que deverá se refletir em todo o país", disse Rozas.
Os dois principais candidatos a deputado federal pela Província de Buenos Aires (Graciela Fernández Meijide, da Frepaso, e Federico Storani, da UCR) cancelaram seus compromissos de campanha e foram se encontrar com o governador Angel Rozas.
"O governo de Carlos Menem precisa admitir que existem outras alternativas de poder que têm êxito", afirmou Graciela Fernández Meijide. Para Storani, "é o primeiro passo até a vitória de outubro".
Outro líder da Frepaso, Carlos "Chacho" Álvarez, disse que o resultado é "o início de uma onda".

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