São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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RAIO X DE SÃO PAULO

Guerra fiscal, déficit comercial, desemprego estrutural, desindustrialização -a lista de polêmicas econômicas é longa. Mas quando economistas, políticos, empresários e sindicalistas discutem esses temas ouvem-se com mais frequência principalmente opiniões. Faltam dados.
Sobretudo quando o que está em questão é a força e os rumos da economia paulista, muitas vezes imperam os estereótipos, como a velha imagem da "locomotiva" ou a do "imperialismo paulista".
O último censo econômico data de 1985. Nada menos que 12 anos depois, sabe-se que muito mudou, mas não como nem quanto.
Nesta semana o atraso informacional começa a ser enfrentado numa iniciativa que reúne a Fundação Seade (ligada à Secretaria do Planejamento de São Paulo), o IBGE, a Fiesp, a Federação do Comércio e a Associação Comercial, entre outras entidades empresariais. Um pequeno exército de 300 pesquisadores visitará empresas de todos os setores do Estado de São Paulo em busca, apenas, de informação.
Não é pouco. O Brasil é conhecido pela insuficiência de suas estatísticas e pela abundância de teorias, modelos, pacotes e receitas econômicas experimentadas por sucessivos governos, ao longo de várias gerações.
Na era da informação, torna-se ainda mais importante para cada empresário, ao definir sua estratégia de negócios, conhecer mais sobre seu setor e sobre outros mercados.
Para o governo e para os debates sobre o futuro do Real, uma radiografia econômica do núcleo industrial do país é essencial. Como e até onde vão as mudanças tecnológicas e gerenciais? Quais as consequências em termos de emprego? Quais os impactos da informatização?
Rios de tinta, muito papel e várias reputações já foram consumidas em teses sobre essas questões. Está, portanto, mais do que na hora de levantar os dados, ou seja, conhecer a realidade, a base indispensável para decisões que podem ser fatais.

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