São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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Sem-terra fazem o lobby do latifúndio, afirma Jungmann

FERNANDO MENDONÇA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) disse ontem, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba), que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) "está fazendo o lobby do latifúndio".
Essa foi a resposta do ministro às críticas do MST à proposta de compra de terras feita pelo Incra. O órgão pretende comprar, por meio de leilão, 5.000 hectares em 34 municípios do noroeste do Paraná. O objetivo é assentar 500 famílias.
O pagamento das terras e das propriedades deverá ser feito em dinheiro (15%) e em Títulos da Dívida Agrária (TDAs, 85%), segundo o projeto apresentado pelo ministro.
Os dirigentes do MST dizem que essas compras transformarão o Incra em uma "imobiliária" e proporcionarão aos fazendeiros valores maiores para as suas propriedades do que os pagos no mercado.
"Sugiro que o MST marque uma audiência com o nosso pessoal técnico e se informe. Hoje, o papel mais valorizado do Brasil no exterior são os TDAs", respondeu o ministro.
Jungmann esteve em Pinhais para participar da abertura do 1º Encontro de Mulheres de Assentamentos de Reforma Agrária do Paraná. Oitenta mulheres de assentamentos do Paraná e de outros Estados participam do encontro, que termina amanhã.
Jungmann criticou, durante o encontro, a qualidade da reforma agrária no Brasil. "Há um déficit de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões acumulado nos 30 anos anteriores à reforma agrária que não temos como recuperar."
"O governo federal anunciou a criação do Banco da Terra, que deverá dispor de R$ 1 bilhão para melhorar a qualidade da reforma agrária no país", afirmou.

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