São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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Racha matou estudante, afirma laudo

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O Instituto de Criminalística de Londrina divulgou ontem laudo técnico confirmando que a estudante Vanessa Maia, 18, foi morta durante racha na avenida Tiradentes, uma das mais movimentadas da cidade.
Vanessa Maia foi atropelada às 1h30 do último dia 15 por um Gol, dirigido por Marcelo Matos Coutinho, 21, que estaria disputando um racha com Edimar Matos, 23, em um Escort.
Segundo Geraldo Gonçalves Filho, do instituto, ficou provado que os motoristas desenvolviam uma velocidade superior a 150 km/h quando avistaram Vanessa, próxima ao meio-fio da avenida.
Em depoimento à Polícia Civil, Coutinho e Matos negaram que estivessem disputando racha no momento do atropelamento.
Matos afirmou em depoimento à polícia que foi ultrapassado por Coutinho, "que estava em alta velocidade". Ele afirmou que parou para prestar socorro à estudante e negou estar dirigindo com excesso de velocidade.
Coutinho foi ouvido pelo delegado Lemos em uma clínica de repouso e assumiu o atropelamento.
Segundo ele, a estudante fez um movimento como "se fosse retornar para a calçada", o que o confundiu na tentativa de desviar o carro.
Coutinho afirmou ainda, em depoimento, que não parou o carro para prestar socorro à vítima com medo de "represálias".
O delegado Valter Martins Lemos, responsável pelo inquérito, disse que o laudo irá servir de "prova material" da disputa de racha entre os dois motoristas envolvidos.
Lemos disse que o laudo será anexado às "provas testemunhais" recolhidas no inquérito. O delegado quer ouvir um soldado do Corpo de Bombeiros, que prestou os primeiros socorros à vítima.
Entre as testemunhas ouvidas pela polícia estão um vigilante, que presenciou o atropelamento, e o garoto Charles Maia, 12, irmão de Vanessa, que estava com a estudante quando ela foi morta.
Segundo Lemos, as provas testemunhais fornecem "elementos" que levam ao indiciamento de Marcelo Matos Coutinho por homicídio culposo e de Edimar Matos por co-autoria.
Lemos disse que o inquérito está em fase conclusiva e que cabe ao Ministério Público examinar se houve um "eventual dolo" na morte da estudante.

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