São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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Protesto alerta para erros médicos

Vítimas se manifestaram no centro de SP

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vítimas de erros médicos fizeram ontem um protesto na região central de São Paulo. Eles pediram mais agilidade à Justiça e mais rigor na punição desses médicos pelos órgãos de classe, como os conselhos de medicina.
Cerca de 20 pessoas que afirmam ter sofrido de incompetência ou negligência médica participaram da manifestação, que ocorreu em frente ao Teatro Municipal (centro).
Há na Justiça brasileira cerca de 500 processos contendo acusações contra médicos, segundo a Associação das Vítimas de Erros Médicos, que tem sede em São Paulo e organizou o movimento de ontem.
"Desde que criamos a associação, há dois anos, recebemos mais de mil casos do Brasil inteiro. Os Estados com mais reclamações são a Bahia e São Paulo", afirma a presidente da associação, Antonieta Kulaif.
A assistente social Elisabete Tesser, 37, participou do movimento ontem. Em uma cadeira de rodas, ela afirma que parou de andar por causa da negligência de um médico. Com um processo na Justiça, ela prefere não dizer o nome do profissional. "Tenho medo de represália."
Em 94, Elisabete se internou na Beneficência Portuguesa (São Paulo) para fazer uma cirurgia de hérnia. "Quando saí do hospital, estava com um braço e uma perna paralisados", disse.
Os médicos dizem que ela nunca mais vai poder andar. Teve de parar de trabalhar e, por isso, decidiu entrar na Justiça no ano passado. "Além da indenização, quero que isso não aconteça com outras pessoas."
O mesmo ocorre com o ex-gerente de vendas Luiz Antonio Teixeira. Operado para colocação de pinos na perna esquerda, Teixeira afirma que a cirurgia foi feita errada e, por isso, ele já sofreu outras 13 operações.
"Muitos outros médicos disseram que o problema foi causado porque a colocação dos pinos foi feita errada."

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