São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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Pitta tenta tirar ociosidade de Reynaldão

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta, confirmou ontem a intenção de retomar grandes obras a partir de setembro, como havia antecipado à Folha o secretário das Finanças, José Antonio de Freitas.
Pitta garantiu que as medidas de contenção de gastos já dão sinais de eficácia e que nenhum setor essencial da administração municipal ficou sem dinheiro.
O secretário de Obras e Vias Públicas, Reynaldo de Barros, que se dizia ocioso no secretariado de Pitta em decorrência da crise financeira, disse estar aliviado por poder voltar a demonstrar trabalho.
"A prefeitura não faz mais do que a obrigação", afirmou. "Chega de castigar a mim e ao povo de São Paulo com tanta paralisação."
Essa "nova fase" da prefeitura, marcada pela retomada das obras, teve um início simbólico ontem, com a vistoria promovida em obras antienchente na zona norte.
Pitta e Reynaldo de Barros visitaram um complexo de obras que emprega cerca de 500 operários e prevê a canalização do córrego Cabuçu de Baixo (5,5 km de extensão) e a construção do piscinão Bananal, na Freguesia do Ó.
Segundo a prefeitura, a obra está adiantada e a entrega deverá ser antecipada de agosto de 1998 para dezembro de 1997.
Essa obra vai custar R$ 41 milhões e faz parte do Procav, um programa de canalização de córregos financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, que vincula o repasse do dinheiro à obediência dos prazos previstos.
Outras obras
Durante a visita, foram prometidas mais obras no município. "Na zona leste, vamos construir uma ponte pênsil ligando o bairro do Pimenta a São Miguel Paulista", disse Reynaldo de Barros. "Também vou abrir licitação, com ou sem dinheiro, para um viaduto sobre a estrada de ferro no Itaim."
Segundo Barros, serão retomadas outras grandes obras viárias nos próximos meses, como os viadutos do complexo Ayrton Senna, conhecidos como "Cebolinha".
Também a implantação das pistas térreas e elevadas da linha inaugural do fura-fila (entre o Sacomã e o Parque D. Pedro, com um ramal até a Vila Prudente), prevista para julho de 1998, está nas mãos de Reynaldo de Barros. "É mais uma obrinha simples", disse.
Apesar de propagar o reequilíbrio do caixa municipal, a prefeitura recorre a vários empréstimos para saldar seus compromissos. O rombo financeiro em oito meses da gestão Pitta está em torno de R$ 1,2 bilhão.

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