São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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Construtora pode ter participado do esquema PC

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Investigações feitas pela Polícia Federal apontam irregularidades na Encol desde 93. Entre elas, há até envolvimento com o chamado esquema PC Farias -rede de pagamento de propinas montado pelo tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
A Justiça Federal ainda não concluiu pela inocência ou culpa do acionista majoritário da empresa, Pedro Paulo de Souza.
A Encol foi investigada, em 93 e em 97, em dois inquéritos que apuraram a rede de negócios montada por Paulo César Farias. A acusação era de "pagamento de propinas ao esquema PC mediante notas fiscais frias".
Polícia Federal concluiu que a Encol deu dinheiro ao esquema PC. A transação era feita por meio de pagamentos à empresa Setembro Propaganda, ligada a Paulo César Farias, por serviços que nunca haviam sido realizados.
A maioria dos inquéritos movidos pela PF investigou supostas operações de sonegação de impostos por meio de negócios com notas fiscais frias.
A suspeita é que a Encol apresentava comprovantes de despesas falsos para justificar saídas de dinheiro que, na verdade, não teriam ocorrido.
Em setembro de 94, a PF concluiu o inquérito nº 1.211, requisitado pelo Ministério Público, que apurou "práticas de sonegação fiscal com notas frias".
Dois meses depois, outro inquérito (nº 1.324) foi aberto para investigar uma operação considerada suspeita pela PF. A Encol havia feito pagamentos à própria empresa, mas na contabilidade aparecia como "despesa operacional".
Para os investigadores, a operação escondia, mais uma vez, sonegação fiscal.
Em 96, a PF concluiu mais um inquérito. A investigação apurou suposto desenvolvimento de programa de computador, feito pela Encol, com a finalidade de "esconder" ganhos contábeis.
Ou seja, os computadores da Encol estariam programados para sonegar. Esse inquérito foi encaminhado à 12ª Vara da Justiça Federal, onde aguarda decisão.

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