São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tela de Di pode bater recorde em leilão

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O recorde de preço de telas de Di Cavalcanti poderá ser batido hoje em um leilão a ser realizado pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro no hotel Copacabana Palace (zona sul do Rio), a partir das 21h.
"Família na Praia", datado de 1935, terá R$ 500 mil como lance mínimo, mas a expectativa do mercado de artes plásticas é que seja vendido por mais de R$ 700 mil.
As obras do artista têm batido recordes seguidos em leilões. Em maio, em outro leilão realizado pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, o quadro "Flores" foi vendido por R$ 690 mil pelo marchand paulista Raul Forbes. Na época, o lance mínimo pelo trabalho era de R$ 400 mil.
Em leilão acontecido ano passado em Nova York, o quadro de Di Cavalcanti "Mulheres com Frutas" foi vendido ao colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 650 mil.
Costantini, considerado um dos maiores colecionadores de arte contemporânea latino-americana -foi ele quem comprou "Aboporu", de Tarsila do Amaral, por US$ 1,3 milhão em 95-, já demonstrou interesse no quadro: há duas semanas um emissário seu esteve em São Paulo, onde o quadro esteve exposto.
"O quadro é de boa qualidade, de um bom período do artista e por isso deve conseguir lances bem altos", disse o marchand Jones Bergamin, organizador do leilão.
Outro quadro de Di Cavalcanti que deverá ser vendido por um bom preço é "Abigail", retrato de uma mulata feito em 1947. Ele tem como lance mínimo R$ 200 mil.
Retrospectiva
A valorização dos quadros de Di Cavalcanti no mercado internacional começou há cerca de três anos, mas tem aumentado nos últimos meses.
Um dos motivos é a realização, a partir do dia 6 de setembro, de uma grande retrospectiva do pintor no MAM (Museu de Arte Moderna) e no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), ambos no centro do Rio.
Dois quadros de José Pancetti também se destacam entre as 125 peças que serão leiloadas. "Lavadeiras na Lagoa do Abaeté" e "Coqueiros de Itapoan", ambos de 1956, que têm preços mínimos de R$ 150 mil e R$ 120 mil, respectivamente.
Armário
Uma porta de armário e uma cômoda pintados por Guignard são duas outras atrações do leilão. A porta de armário, de 1950, retrata uma paisagem de Ouro Preto.
Um detalhe: Guignard fez sua pintura a partir da fechadura do armário -que "funciona" na tela como a porta de uma igreja.
A cômoda, pintada com motivos florais e datada de 1943, tem como lance mínimo R$ 40 mil.
No leilão serão vendidos ainda uma cerâmica pintada pelo espanhol Pablo Picasso (1951, a partir de R$ 15 mil) e um auto-retrato pintado por Antonio Bandeira em 1965, com preço a partir de R$ 80 mil.

Texto Anterior: Zanini faz palestra sobre Rego Monteiro; Depardieu interpretará Charles de Gaulle; Oasis vende 696 mil cópias em três dias
Próximo Texto: Philips lança projeto de patrocínio cultural
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.