São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 1997
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Alemanha quer se reaproximar do regime do Irã, diz ministro

Veredicto contra Teerã abriu crise com a União Européia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Klaus Kinkel, afirmou ontem que o país tem interesse em se reaproximar do Irã.
O anúncio foi feito quatro meses após a Justiça alemã concluir que líderes iranianos haviam ordenado em 1992 o assassinato de quatro dissidentes curdos em um restaurante em Berlim (capital alemã). A sentença foi a primeira de um tribunal europeu em que o regime do Irã foi acusado de terrorismo.
Os países da UE, com exceção da Grécia, haviam retirado seus embaixadores de Teerã (capital do Irã) depois que a Justiça alemã pronunciou o veredicto sobre a morte dos dissidentes.
A UE também havia suspendido sua política de "diálogo crítico" com Teerã, uma estratégia que envolve ao mesmo tempo relações políticas e comerciais e a discussão de direitos humanos.
Kinkel fez as declarações em resposta ao ministro de Assuntos Exteriores do Irã, Kamal Kharrazi, que na segunda-feira demonstrou a intenção de se encontrar com o ministro alemão e de reiniciar o diálogo com a União Européia.
"Após uma longa pausa para reflexão, nós queremos aos poucos restabelecer contatos com o Irã", disse o ministro alemão.
Em comunicado elaborado pelo seu gabinete, Kinkel afirmou que a Alemanha está disposta a pleitear junto a Luxemburgo -que ocupa este semestre a presidência da UE- a possibilidade de reaproximação entre os países-sócios e o novo regime iraniano.
Desde o dia 2 de agosto, o clérigo moderado Mohammad Khatami ocupa a Presidência iraniana. Ele foi eleito com 70% dos votos e promete reformas liberalizantes.

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