São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 1997 |
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'As fotos de Che eram regulares'
JOÃO BITTAR
* Folha - Quando e como o sr. conheceu Che Guevara? Alberto Korda - Eu o conheci no ano de 1959. A primeira vez que o fotografei foi num campo de golfe, disputando uma partida com Fidel Castro. Folha - Como Che se relacionava com a imprensa? Korda - Ele era atencioso, mas não gostava de ser objeto de publicidade da imprensa. Folha - Em algumas de suas fotos, Che aparece fotografando. O sr. chegou a ver essas fotos? Korda - Vi poucas. Geralmente ele fotografava a sua família, mas não eram muito boas, apenas regulares. Folha - Na época, o sr. fotografava para quem? Korda - Para a revista "Revolución", do Movimento Revolucionário 26 de julho. Folha - O sr. foi um revolucionário ativo? Korda - Eu? Não... Apenas ajudei um pouco na clandestinidade. Folha - Como são conservados esses negativos? Korda - Os negativos pertencem a mim e estão guardados no Centro de Estudos Históricos da Revolução, sob a guarda do Conselho do Estado Cubano. Somente eu posso manuseá-los. Depois que eu morrer, eles serão patrimônio cultural de Cuba. Folha - Quantas fotos de Che o sr. tem no arquivo? Korda - Cerca de 500 negativos. Folha - O sr. apóia Fidel Castro? Como vê a situação de Cuba hoje? Korda - Temos muitas dificuldades por causa do bloqueio econômico, mas, em comparação com os outros países da América Latina, até que vamos muito bem. Temos 21 universidades, o que não é pouco. Todos têm moradia... Folha - O sr. trará fotos para serem vendidas aqui em São Paulo? Korda - Sim, levarei cópias em 30x40 cm, por 300 dólares. Colaborou João Bittar, editor de Fotografia Texto Anterior: Foto histórica foi roubada Próximo Texto: Novos mercados fazem tudo pelo cliente Índice |
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