São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997
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'Abortei, mas fiquei frustrada e com culpa'

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão de abortar da auxiliar de escritório Cristiane Tashiro de Souza, 21, não foi exatamente dela, nem do pai da criança."Quem me convenceu a abortar foi minha mãe. Ela ficou desesperada."
Cristiane conta que, para o pai da criança, tanto fazia ter ou não o filho. "Ele não estava nem aí. Eu, no começo, queria ter, mas minha mãe me fez ver que era muita responsabilidade."
Ela diz que chorou muito depois da cirurgia. "Na hora eu não senti nada, porque foi muito rápido. Mas, depois, quando passou o efeito da anestesia, me deu uma solidão horrível. Passei um bom tempo deprimida."
Para Cristiane, o pior foi a sensação de culpa. "Gerar uma criança é a coisa mais linda do mundo. Fiquei muito frustrada, mesmo reconhecendo que não tinha condições de criar aquele filho."

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