São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997 |
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País coleciona golpes de Estado
MARTA AVANCINI
"Temos 24 partidos políticos, um número absurdo se levarmos em consideração a população de menos de 600 mil habitantes", afirmou o diplomata Ahmed Mahamoud. Segundo ele, a proliferação de partidos se deve à falta de uma linha ideológica clara em cada um. "Não são partidos com propostas claras, definidas. São grupos de pessoas que se reúnem em torno de uma liderança." O carisma do líder desempenha um papel fundamental nas relações políticas em Comores, disse Mahamoud. "Estamos tentando caminhar em direção à democracia e à estabilidade, mas é difícil. O processo é cheio de interrupções, golpes de Estado e assassinatos de presidentes. Aliás, até na França houve fases de instabilidade. Isso faz parte", afirmou. Alguns meses após a proclamação da independência, o país sofreu um golpe de Estado. O então presidente Ahmed Abdallah foi deposto. O líder golpista, Ali Soilih, assumiu o poder até ser assassinado, em 1978, por mercenários que haviam invadido e passado a controlar o país. Abdallah foi reconduzido à chefia do Estado e do governo, implantando um regime de partido único. Ele foi assassinado em 89 por membros da Guarda Presidencial. País jovem Desde então, Comores sofreu outros golpes de Estado e novas intervenções de mercenários. "Mudamos de presidente quase todos os anos. Isso não pode continuar", disse Mahamoud. Ele disse que a estabilidade é fundamental para melhorar a situação do país. Comores é um país essencialmente jovem, cuja idade média da população é de 18 anos. O país não tem uma economia forte o suficiente para gerar empregos para a população, o que leva a um desemprego elevado. Comores ainda depende da ajuda internacional -US$ 20 milhões da França, em 1996. (MA) Texto Anterior: Riqueza seduz 'recolonialistas' Próximo Texto: Acidente mata a princesa Diana Índice |
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