São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Com cartões e flores, multidão se despede de princesa em frente ao palácio da rainha

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

Em um clima de silêncio e luto, milhares de pessoas se aglomeraram em frente ao Palácio de Buckingham, no centro de Londres, a residência oficial e sede da monarquia britânica, para homenagear a princesa Diana.
Os moradores de Londres também acompanharam a chegada do cortejo que conduziu o corpo da princesa do aeroporto de Northolt à cidade.
Todos os portões do palácio ficaram tomados por flores deixadas por admiradores. Junto com elas, bilhetes endereçados a ela, a Dodi al Fayed e aos filhos da princesa, os príncipes William e Harry.
Nos textos, um sinal do culto quase religioso que a notícia da morte desencadeou: alguns a comparavam à Madre Teresa de Calcutá. Junto a um buquê, estavam retratos de Diana e da Virgem Maria.
"Não falta mais nenhum anjo no paraíso", dizia uma das notas.
Houve quem atribuísse sua morte a uma conspiração, cujos arquitetos poderiam ser o governo britânico ou a própria família.
"Ela devia ter saído do país", afirmou uma britânica em frente ao palácio. "Todas essas coisas que aconteceram provam que, no final das contas, eles (a família real) não são melhores do que os outros."
A multidão tornava difícil o acesso ao palácio. Alguns chegaram ao local nas primeiras horas da manhã, logo após receber a notícia da morte. Toda a área em frente ao Palácio de Buckingham estava cercada por equipes de TV que transmitiam as cenas ao vivo.
Várias fotógrafos foram agredidos verbalmente enquanto tentavam captar imagens de pessoas depositando flores.
senna
Para os brasileiros que estão em Londres e foram aos Palácios de Buckingham e Kensington -onde Diana morava- para homenageá-la, a única comparação possível era com a morte do piloto Ayrton Senna.
"A tristeza que a gente viu aqui só é comparável à que o Brasil viveu na morte do Senna", disse Valéria Rothberg, que veio de Bauru (São Paulo), para conhecer a Europa junto com a mãe, Helena, e a irmã, Mônica.
Helena ficou emocionada ao ler as mensagens deixadas no portão do Palácio de Kensington. No local, Diana passaria o domingo com os dois filhos depois de regressar da capital francesa.
Helena lembrou que o trabalho assistencial da princesa aproximou-a da população do Terceiro Mundo. Os turistas afirmaram estar dispostos a acompanhar o funeral de Diana.

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