São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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BH não controla o ar, mas quer rodízio

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Belo Horizonte está discutindo a implantação do rodízio de automóveis a partir de 1998. Os projetos já provocaram críticas.
As entidades ambientais reclamam da falta de embasamento técnico para a discussão, já que a qualidade do ar respirado pela população da cidade não é conhecida.
Além disso, as entidades afirmam não existir programas para resolver as causas do problema.
O projeto do deputado Ronaldo Vasconcellos (PL) propõe o rodízio com objetivos ambientais. Ele fixa o período de vigência entre maio e setembro -até o ano 2000- em toda a região metropolitana de Belo Horizonte.
Sem medidores eficientes não há como avalizar o projeto do deputado, segundo a Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente), que está concluindo parecer ao projeto em tramitação no Legislativo mineiro. As três estações medidoras da poluição do ar na região metropolitana, controladas pela Feam, não funcionam ou são limitadas (medem a poeira inalável, sem especificá-la).
"O rodízio é uma atitude extrema. Nenhuma medida preventiva foi tomada como controle de qualidade de combustível. Qualquer ação ambiental deve ser balizada por um estudo conveniente", afirma Maurício Cravo, diretor da organização não-governamental Amda (Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente).
Segundo ele, uma medida "básica e fundamental" que deveria ser aplicada é a obrigatoriedade do diesel metropolitano, cuja emissão de poluentes é bem menor.
O vereador Sávio Souza Cruz (PL), professor de engenharia ambiental na PUC-MG, propõe o rodízio para casos emergenciais de problemas no trânsito. "Em curto prazo, a questão terá de receber uma atenção especial", diz.
O terceiro projeto é o do vereador petista Betinho Duarte, mais centrado na questão do trânsito.
Esses dois últimos projetos não fixam períodos para o rodízio e propõem a medida, por exemplo, para casos em que obras viárias causem transtornos no trânsito.

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