São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Brasil consagra o revezamento de alas

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

Um dos motivos pelos quais a seleção masculina fez uma boa campanha na Copa América do Uruguai, obtendo a vaga para o Mundial-98, foi a estratégia de uso do revezamento de seus alas.
Em uma seleção que passa por um período de transição -não conta mais com o cestinha Oscar Schmidt-, o técnico Hélio Rubens, 56, pôs em prática nos jogos uma grande rotatividade nas alas.
"Há dois que começam a partida, mas não se pode dizer que são titulares, pois todos jogaram bastante", disse o treinador.
Os números mostram que foram os alas, aqueles que têm o difícil papel de estar "substituindo" Oscar (que se retirou da seleção após os Jogos de Atlanta-96), os responsáveis, em grande parte, pelo bom desempenho do time.
Somadas, as médias de pontos de Rogério, 26, Alexey, 29, Caio, 22, e Vanderley, 24, superam a média de Oscar. Juntos, conseguiram na Copa América 45,7 pontos por jogo. No último Campeonato Brasileiro, Oscar, 39, teve média de 38,2 pontos por partida.
Os quatro alas não têm, juntos, nem a metade do número de Olimpíadas de Oscar, que jogou cinco. Rogério e Caio estiveram em uma; Alexey e Vanderley, em nenhuma.
"Agora eles estão ganhando experiência internacional. Mesmo o Rogério e o Caio, que estiveram em Atlanta, jogaram pouco. Estar no grupo é uma coisa, jogar é outra", disse Hélio Rubens.
Rogério, que após a saída de Oscar foi apontado como seu sucessor na seleção (usa a camisa 14, que foi do cestinha, e tem como ponto forte o arremesso de três pontos), disse que não teve bom desempenho ofensivo na Copa América.
"Estive bem na defesa, mas tenho consciência de que fui abaixo do esperado no ataque", disse ele, que na derrota para Porto Rico errou os oito tiros de três que tentou.
Jogador do Cougar/Franca, dirigido por Hélio Rubens, o gaúcho Rogério Klafke começou jogando todas as partidas.
O mesmo aconteceu com o carioca Alexey Martins (Vasco da Gama), que preferiu não comentar seu desempenho na Copa América. "Quem avalia é a comissão técnica. O importante foi contribuir."
Os paulistas Caio Cazziolato (Report/Mogi) e Vanderley Mazzucchini (Polti-COC/Ribeirão Preto) jogaram menos tempo, mas tiveram ótimas performances.
Caio foi o mais eficaz da seleção em produção de pontos por tempo em quadra (0,66 ponto por minuto), e Vanderley, o melhor no índice de acerto nos arremessos de dois pontos (66,7%).
Ambos aceitam a reserva para colaborar com o time, mas pedem mais tempo. "É frustrante ficar no banco e é difícil colocar na cabeça que você pode jogar só quatro ou cinco minutos", disse Vanderley.

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