São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Há vários métodos de aborto e também riscos

DA REPORTAGEM LOCAL

Fazer aborto é crime no Brasil, exceto nos casos em que a mulher foi estuprada ou corre risco de vida. A pena é de um a três anos para a mulher e de um a quatro anos para o médico ou parteira.
Mas isso não impede que milhares de mulheres no país interrompam a gravidez. Dados do Ministério da Saúde apontam que 53.895 mulheres entre 10 e 19 anos realizaram curetagem pós-aborto (raspagem da parede do útero para retirar o feto ou restos de um aborto provocado) na rede pública em 96.
Esse número inclui de meninas que perderam o feto espontaneamente às que causaram o aborto (com medicamento ou introdução de objetos perfurocortantes no útero) e tiveram de ir ao hospital para fazer a curetagem.
O que esse número não contabiliza são os abortos feitos em clínicas clandestinas e os caseiros que não chegaram ao hospital.
Nas clínicas, o aborto é feito por sucção ou curetagem. O médico dilata o colo do útero. Depois, aspira o conteúdo com uma espécie de aspirador a vácuo, no caso da sucção (a anestesia é local), ou raspa o interior do útero com uma cureta ("colher" cirúrgica), no caso da curetagem (anestesia geral). Preços: de R$ 1.500 a R$ 3.000.
Os métodos caseiros se valem de produtos químicos (como o Cytotec, proibido, mas vendido no mercado negro por cerca de R$ 50) ou objeto perfurante que dilatam o colo e expulsam o feto. O aborto cirúrgico, ainda que bem-feito, pode levar à esterilidade e lesões no útero. Os demais métodos são para lá de arriscados, podem causar de hemorragia à morte.

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