São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Boeing luta com Airbus por mercado

Restam 2 fabricantes

ERNESTO KLOTZEL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Restam dois fabricantes de grandes jatos comerciais de longo alcance, sendo que a Boeing, com cerca de 65% do mercado, é o líder absoluto. Já o era antes da fusão com a McDonnell Douglas.
O consórcio europeu Airbus, que tem feito avanços notáveis e participado com excelentes produtos, disputa cada palmo do mercado com os norte-americanos com a agressividade típica de quem tem menos de 25 anos.
O que se nota atualmente é que apenas o veterano Boeing-747/400 ainda está isolado em termos de capacidade de transporte. A Airbus ganha em alcance.
A maioria dos parâmetros de transporte na faixa dos 200 aos 350 passageiros em 2 ou 3 classes pendem ora para uma ora para outro fabricante, exigindo complexas análises dos potenciais clientes e alimentando uma luta das mais acirradas entre europeus e norte-americanos. Um cenário onde mesmo a menor das vendas a um novo cliente é festejada como uma conquista e amplamente alardeada pela mídia mundial.
O exemplo mais recente e próximo a nós é a venda à TAM dos Airbus A-330/200, que ainda começam a cumprir seu programa de testes em Toulouse, na França.
Com o surgimento de modelos alongados ou encurtados, de maior peso de decolagem, não é possível afirmar que Boeing ou Airbus detêm, por enquanto, uma "reserva de mercado", com exceção do Boeing-747/400.
Novidade
Isso não deve mudar, caso não se concretize a única grande novidade anunciada para o início século 21. Trata-se do gigantesco Airbus A-3XX para mais de 600 lugares, com 2 andares e uma nova concepção de conforto e entretenimento. Também o Airbus A-340/600 poderá superar o até então inatacável 747/400.
O McDonnell Douglas MD-11 será um sucesso como jato cargueiro, não devendo influir no mercado dos jumbos para passageiros.
A disputa e as acusações mútuas de concorrência predatória e tráfico de influência entre a Boeing e a Airbus sofreram um agravamento quando os europeus (principalmente os franceses) tiveram ciência da fusão Boeing-McDonnell Douglas, hoje concretizada por uma nova identidade corporativa e a denominação única Boeing.
Ao voltar atrás em seu programa de "fornecedor exclusivo por 20 anos", oferecido às empresas-clientes e aceitos na ocasião por pesos-pesados como a American Airlines, Delta e Continental, a Boeing restaurou um precário estado de paz de cada lado do Atlântico Norte.
Boeing-757/300, 767/400, 777/300, Airbus A-330/200, A-340/500/600 e, eventualmente, um A-3XX já no próximo século, são as únicas novidades que teremos em um frustrante regime de velocidade subsônica durante um bom tempo após o ano 2000.

LEIA MAIS sobre aviação nas págs. 7-12 a 7-14

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