São Paulo, segunda-feira, 1 de setembro de 1997
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Jato terá escritório e sala de conferência

ERNESTO KLOTZEL
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Boeing e a General Electric lançaram o BBJ (Boeing Business Jet), baseado na conhecida família 737 de jatos comerciais que é, na verdade, um ambiente de trabalho de muitos recursos quando em vôo e uma confortável "sede temporária" nos aeroportos.
A evolução natural dos jatos executivos -cada vez maiores e de maior alcance- foi evidenciada pelos recém-lançados Gulfstream V e Global Express (da Bombardier do Canadá), ambos disputando cabeça à cabeça a preferência de empresas muito especiais, que já reconheciam no transporte aéreo próprio um poderoso diferencial competitivo em seus cenários de negócios.
Ambos quase se superpõem em termos de características operacionais e preço de venda. O Gulfstream V e o Global Express podem acomodar até 20 passageiros com um grau de conforto que pode desafiar os mais longos vôos intercontinentais. Já somam mais de 80 encomendas de empresas.
Novidade
Mas a Gulfstream e a Bombardier foram surpreendidas com a entrada no mercado de um novo e poderoso concorrente, saído diretamente da linha de montagem do Boeing 737, o mais vendido jato comercial de todos os tempos.
É um caso único na história da aviação executiva. A Boeing associou-se à General Electric, que com a Snecma francesa fabrica as turbinas presentes em todos os modelos 737 (com exceção do velho modelo 200) para lançar o BBJ.
Ele nada mais é do que um modelo 700 de uma nova família 737. O jato ainda não entrou em operação comercial mas já contabiliza mais de 500 encomendas.
O BBJ, com uma variada oferta de configurações de cabine, é um derivado direto do 737-700. Mas tem trem de pouso e asas do modelo 800, de maior capacidade, para permitir o volume de combustível exigido por vôos diretos tão longos quanto os de seus dois concorrentes menores, considerados "executivos" de grande porte.
Seu alcance não é drasticamente reduzido, mesmo com uma variação extrema do número de passageiros: com 8 passageiros tem um alcance de 11.500 km e com a lotação máxima de 50 passageiros pode voar 9.750 km sem escalas.
Fazendo apenas um pouso técnico, a empresa que o opera pode considerar que o mundo dos negócios, qualquer que seja sua abrangência, está realmente ao seu alcance: de Nova York voa tranquilamente para Buenos Aires, Londres, Honolulu e até Beijing.
Segundo a Boeing e a GE, o BBJ combina um alcance global e uma produtividade em rota que desafia comparações, com custos totais comparáveis aos do Gulstream V e Global Express.
Com uma cabine que em operação comercial pode transportar cerca de 130 passageiros, é fácil entender a flexibilidade de configurações que pode ser especificada pelos clientes.
Isso, principalmente quando se deseja utilizar o BBJ como uma sede temporária da empresa no aeroporto, capaz de recepcionar clientes e fornecedores, fazer apresentações ou simplesmente preenchendo o papel de anfitrião. Exatamente como acontece no dia-a-dia do escritório central, a milhares de quilômetros de distância.
Suítes privativas, sala de recepção com apoio de um escritório e sala de conferências ou ambiente de conferências e 12 ou 24 poltronas-cama.
Qualquer que seja o arranjo que melhor atenda às necessidades de uma base global em constante movimento pode ser atendido pelo enorme espaço disponível.
Sem falar numa volta às origens, utilizando o BBJ como um meio de transporte para até 50 passageiros de uma empresa, proporcionando-lhes extremo conforto e liberdade de movimentos superior aos de primeira classe.
O novo Boeing Business Jet, uma nova dimensão em transporte corporativo, aponta claramente para os novos rumos da aviação executiva do próximo século. (EK)

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