São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997 |
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Tecnologia traz novos tipos de flores
ROBERTO DE OLIVEIRA
O segmento, que cresce 20% ao ano, deve obter um faturamento recorde este ano, US$ 1,1 bilhão, prevê o Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). Flores como violeta dos alpes, copo de leite colorido, prímula e novos tipos de orquídeas, chegam ao Brasil e ajudam a engordar a renda de produtores. Ao mesmo tempo, espécies de orquídeas nativas que desapareceram devido à devastação das matas, começam a reaparecer graças à tecnologia de laboratórios. Como o laboratório da Aflord (Associação dos Floricultores da Região Dutra), criado com o objetivo de desenvolver uma variedade de orquídea nativa da região que tem potencial de comercialização, segundo Marta Yabase, 35, responsável pela experiência. As sementes dessa variedade nativa são muito pequenas e precisam de condições específicas para germinar. No laboratório, Marta consegue isenção de pragas e doenças e a germinação de 100% das sementes. Foram investidos R$ 50 mil na fase inicial do projeto. O governo japonês está destinando outros US$ 100 mil para pesquisas com a variedade chuva de ouro, que hoje é produzida e exportada para diversos países pela Tailândia, e para melhoramento de outras espécies nacionais e estrangeiras. Outras tecnologias também já estão sendo utilizadas pelos produtores. Uma delas é o sistema de gotejamento localizado, importado de Israel. Por meio dele, a planta recebe gotículas de água direto no vaso, prescindindo de mão-de-obra. Há ainda estufas com sistemas controlados de sombreamento, que reduz o calor, importadas da Holanda. Produtora em Arujá (35 km a nordeste de São Paulo), Mirene Haga, 30, montou uma das maiores câmaras para produção de flores do país, com capacidade para 20 mil plantas, técnica na qual ela investiu US$ 100 mil. A câmara permite a Mirene antecipar a florada. Ela trabalha com cinco espécies de orquídeas, sendo que quatro estão em fase de adaptação. A produção é de 120 mil vasos/ano. Já Lincoln Hiroji Yasutake, 28, foi à busca de novidades nos EUA, no Japão e na Holanda. Depois de falir plantando alface, ele passou a se dedicar à floricultura seguindo as informações adquiridas em outros países. Hoje, Yasutake produz 30 variedades em uma área de 3 ha em Arujá (SP), sendo 80% em estufa. O crescimento da floricultura no país poderá ser verificado este mês no interior paulista, que concentra entre 75% e 80% dos produtores nacionais. Em quatro cidades serão realizadas exposições (leia texto à pág. 5-4). O consumo per capita de flores no país ainda é pequeno, US$ 6/ano. Na Suíça é de US$ 174/ano. Para a Ibraflor, as novas variedades tendem a favorecer o consumo de flores no país. Próximo Texto: Mais soja; Produção agrícola; Crescimento; Acordo sanitário; Sem legislação; Praga do trigo; Compra brasileira; Selo de qualidade; Leite na entressafra; Prazo prorrogado Índice |
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