São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Governo espera barrar texto no Senado

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes governistas do Senado pretendem mudar as regras sobre votos em branco aprovadas pela Câmara e eliminar o financiamento público parcial de campanhas a partir de 98, também previsto pelo projeto.
A informação foi dada ontem pelo líder do governo, senador Elcio Alvares (PFL-ES). Segundo ele, os líderes partidários vão se reunir hoje para discutir a data da votação e o nome do relator do projeto.
O texto aprovado pela Câmara na semana passada transforma em inválidos os votos em branco para as eleições proporcionais (para deputado federal, deputado estadual e vereador).
A mudança altera o cálculo do quociente eleitoral, reduzindo o número mínimo de votos necessários para que cada partido eleja um representante.
Com isso, seriam beneficiados os pequenos partidos, que ocupariam vagas normalmente destinadas às grandes legendas.
Na Câmara, os partidos que mais comemoraram a mudança foram o PT, o PSB, o PC do B e o PL. Os pefelistas e tucanos tentaram derrubar a proposta, mas foram derrotados.
"Isso precisa ser revisto. É bom lembrar que o PSDB e o PFL têm bancadas bastante numerosas no Senado", disse Alvares.
O líder não quis comentar a posição do PMDB. "Não vou fazer exercício de futurologia." Na Câmara, os peemedebistas se aliaram aos partidos de oposição na votação de itens polêmicos, entre eles o dos votos em branco.
O principal alvo dos governistas é a multiplicação das verbas do fundo partidário por dez em 1998. Dessa forma, seriam destinados cerca de R$ 420 milhões dos cofres públicos aos partidos, que financiariam parcialmente os gastos de seus candidatos.
O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem aos senadores que eliminem o financiamento público do projeto, de forma a evitar a necessidade de veto presidencial.
Os governistas argumentam que não há verbas disponíveis para a campanha. A oposição, porém, diz que FHC não quer financiamento público porque, como candidato, será o maior beneficiado pelas doações de empresas privadas.

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