São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Processo contra Vieira é agilizado

Assembléia não ouvirá testemunhas

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A Assembléia Legislativa de Santa Catarina aprovou ontem requerimento que dispensa a oitiva das testemunhas do governador Paulo Afonso Vieira (PMDB) na atual fase do processo de impeachment por crime de responsabilidade.
A decisão torna o processo cerca de dois meses mais curto. O afastamento de Vieira poderá ser votado pelo plenário ainda neste mês.
As testemunhas só serão ouvidas eventualmente em uma próxima fase, quando o governador, que poderá já estar afastado de forma temporária, seria julgado por um tribunal formado por cinco deputados e seis desembargadores do Tribunal de Justiça.
Também foram rejeitados os depoimentos das testemunhas do vice-governador, José Augusto Hulse (PMDB), do ex-secretário de Fazenda Paulo Paraíso e do ex-procurador-geral do Estado João Carlos Hohendorff, indiciados por supostas irregularidades na emissão de títulos para o pagamento de precatórios.
Entre as 34 testemunhas arroladas estão o ex-presidente do BC Gustavo Loyola, os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Gilberto Miranda (PFL-AM), o embaixador em Portugal, Jorge Bornhausen, e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Napoleão Amarante.
Segundo a defesa, eles poderiam testemunhar que as emissões tiveram aval do Tribunal de Justiça do Estado, do BC e do Senado.
A oposição argumenta que não há motivo para ouvir as testemunhas agora já que a incumbência de julgar o governador foi retirada da Assembléia por decisão do Supremo Tribunal Federal, quando concedeu liminar ao governador, no último dia 30 de junho.
Vieira deve entrar com mandado de segurança no Tribunal de Justiça, alegando cerceamento de defesa. "Consumou-se mais um casuísmo", afirmou o deputado João Henrique Blasi (PMDB).

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