São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Policial reage a assalto e mata 3 em SP
OTÁVIO CABRAL
O caso aconteceu no início da noite de domingo, no Jardim Sapopemba (zona sudeste de São Paulo). Os três mortos eram menores de idade e não tinham nenhuma passagem pela polícia. Reiche afirmou que estava conversando com a amiga Vanessa Esteves, 16, em frente à casa dela, quando os três supostos assaltantes chegaram. Armados com uma pistola e dois revólveres, os três teriam exigido que Reiche e Vanessa entrassem no banco de trás do Santana e seguissem com eles. O policial entregou as chaves do carro para um dos acusados e o convenceu a não levá-los como reféns. Quando os três adolescentes entravam no carro, Reiche teria gritado que era policial e tentado prendê-los. De acordo com o policial, nesse momento, os três teriam disparado contra ele. Reiche atirou e acertou os três acusados -R.M.P.C., 17, D.C.V., 17, e A.S., 15. O próprio policial, auxiliado por amigos, levou os baleados para o Hospital de São Mateus, mas eles já chegaram mortos. O policial, que não foi atingido por tiros, se apresentou em seguida no 69º DP (Teotônio Vilela). Reiche apresentou na delegacia a pistola semi-automática que teria usado. Na arma, haviam três balas disparadas. Em seu depoimento, ele afirmou que disparou três vezes, acertando um tiro em cada adolescente. Mas, no laudo que o IML-Leste divulgou para as famílias, consta que cada adolescente foi atingido por pelo menos dois tiros. Familiares dos mortos acreditam que eles tenham sido baleados novamente dentro do carro, quando eram levados para o hospital (leia texto ao lado). Reiche não quis dar entrevistas. Ele disse que já havia falado tudo sobre o crime à polícia. A polícia apreendeu no carro três armas que teriam sido utilizadas pelos adolescentes. Segundo o delegado Oswaldo Figueiredo, eles dispararam cinco tiros contra os policiais. Três pessoas que testemunharam o crime confirmaram a versão apresentada por Reiche, de que ele teria apenas reagido aos tiros. Coerência O delegado Rinaldo de Santis, titular do 69º DP, achou a versão do policial coerente e o considerou vítima de tentativa de assalto e resistência à prisão. Os três adolescentes, mesmo mortos, foram indiciados no inquérito policial. "Eu não tenho procuração para defender o policial, nem sei quem ele é, mas está claro como o sol que ele foi vítima de assalto", disse. Texto Anterior: Leitor reclama de reajuste em telefone Próximo Texto: Ouvidoria vai acompanhar apuração das mortes Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |