São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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OAB faz denúncia contra obra de duto

Água a ser bombeada seria nociva

DA REPORTAGEM LOCAL

A Comissão de Meio Ambiente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrou com representação ontem no Ministério Público contra as obras de um duto que jogará água da represa Billings no reservatório Guarapiranga.
Segundo Antônio Fernando Pinheiro Pedro, da OAB, o bombeamento vai levar metais pesados e outros poluentes cancerígenos à água que abastece parte da zona sul de São Paulo.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), responsável pelas obras, nega.
A OAB alega que a Sabesp baseou-se em estudo preliminar para fazer as obras e não realizou um estudo de impacto ambiental.
Segundo Pinheiro Pedro, cientistas contratados pela OAB para fazer um estudo sobre a questão atestaram que a água da Billings não é adequada para consumo.
Ambientalistas
Entidades ambientalistas concordam com o bombeamento, que deve ser feito a partir do braço do Taquacetuba, um dos afluentes da Billings.
"A Constituição estadual prevê que a Billings seja usada para abastecimento de água da população", diz Carlos Bocuhy, da campanha "Billings Eu te Quero Viva!"
Pinheiro Pedro diz concordar com o uso da represa para abastecimento, "desde que ela seja despoluída".
Devem ser bombeados até dois metros cúbicos de água por segundo. Atualmente a Guarapiranga fornece cerca de 12 metros por segundo de água para a população.
Segundo a Sabesp, a captação de água da Billings deve auxiliar na diminuição do déficit de abastecimento da região sul de São Paulo.
Para Pinheiro Pedro, trata-se de um problema de saúde pública. "Os efeitos disso serão sentidos daqui a cerca de dez anos, quando as pessoas que tomarem a água agora estiverem mais suscetíveis ao câncer", afirmou.

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