São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Déficit de US$ 320 mi é o menor em 1 ano

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial fechou agosto com déficit de cerca de US$ 320 milhões. Trata-se do menor resultado negativo desde o mesmo período de 1996, quando as importações superaram as exportações em US$ 291 milhões.
A queda do déficit foi provocada mais pela redução das importações do que pelo desempenho das exportações, que caíram em relação a julho.
As compras externas somaram cerca de US$ 5,39 bilhões, o que representa queda de 10,8% em comparação com o mês anterior. Somente na última semana, ingressou no país US$ 1,38 bilhão em produtos estrangeiros.
A Folha apurou que pesou na diminuição das importações a extinção parcial da lista de ex-tarifários -o conjunto de máquinas e equipamentos que contou com isenção do Imposto de Importação até julho deste ano.
Na avaliação de técnicos da área econômica, boa parte dos importadores antecipou as aquisições desses produtos quando surgiram rumores da extinção da lista de ex-tarifários.
Em relação a agosto do ano passado, entretanto, as importações apresentaram aumento de 15,3%.
As exportações, por sua vez, seguiram tendência diferente da esperada pelo governo. Somaram US$ 5,07 bilhões e apresentaram queda de 3,2% em comparação com julho.
Esse resultado interrompeu a série de cinco meses que apontaram aumentos nos embarques. No entanto, há expectativa de que as exportações de produtos manufaturados tenham seguido a tendência de aumento verificada desde maio.
Com o resultado do último mês, a balança acumula déficit de US$ 5,84 bilhões no ano. O governo espera que o resultado negativo não supere os US$ 11 bilhões.
Ex-tarifários
O governo pretende ampliar, a partir de 1998, a isenção do Imposto de Importação para máquinas e equipamentos estrangeiros, com o objetivo de estimular projetos de investimento e de modernização da indústria e do setor de serviços.
Os produtos a serem atingidos pela medida serão incluídos na chamada lista de ex-tarifários, que reúne exceções às tarifas comuns praticadas pelos países signatários do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
Pela tarifa comum do Mercosul, os bens de capital -máquinas e equipamentos- são sujeitos à tarifa de importação de 14%.
No caso brasileiro, porém, grande parte desses produtos esteve incluída, de 1991 a julho último, na lista de ex-tarifários, o que os isentava do imposto.
Agora, o governo quer reativar a lista de ex-tarifários, mas com um novo modelo, a ser definido até o final do ano por técnicos dos ministérios da Fazenda e da Indústria, do Comércio e do Turismo.
Em princípio, a nova lista deverá incluir produtos essenciais para a modernização dos setores considerados prioritários pelo governo -os que, para a área econômica, apresentam potencial para competir aqui e no exterior.
Os produtos atingidos com a isenção do tributo seriam definidos a partir de discussões entre esses setores e os produtores nacionais de bens de capital.

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