São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Bala perdida atinge torcedor do Inter-RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Uma bala perdida calibre 32 atingiu o representante comercial David Ainhoren, 38, no jogo entre Internacional e Atlético-MG, anteontem, no estádio Beira-Rio.
A polícia, que já iniciou as investigações sobre o caso, ainda não identificou a procedência do tiro.
O disparo, segundo testemunho do próprio Ainhoren, provavelmente partiu das arquibancadas superiores ou das gerais (localizadas no anel inferior).
A bala se alojou na clavícula direita de Ainhoren e foi retirada retirada em cirurgia realizada bem depois de terminado o jogo. O torcedor do só percebeu que havia levado um tiro à noite (a partida terminou às 19h).
O representante comercial tomou quatro anestesias e injeção antitetânica. No momento, ele está sendo medicado com antiinflamatórios e não corre risco de vida.
Quando procurou os plantonistas médicos do estádio, ainda no primeiro tempo do jogo (iniciado às 17h), mostrou que estava sangrando, mas ninguém constatou a presença da bala.
"Como o sangue vinha de um buraco, disseram que provavelmente devia ser uma pilha", afirmou o torcedor.
Como a dor continuou de forma intensa, Ainhoren dirigiu-se até o HPS (Hospital de Pronto Socorro), onde uma radiografia revelou o projétil alojado em sua clavícula.
Ainhoren, que inicialmente pensou ter sido atingido por um foguete jogado pelos torcedores, garante que a bala partiu de dentro do estádio, do lado oposto ao dele.
O representante comercial estava sentado nas filas centrais das cadeiras, na parte de trás de um gol.
Quando a equipe colorada entrou em campo, sentiu ter sido atingido no pescoço.
"Eu estava com minha mulher e um casal de amigos. Ninguém revistou a mim ou a eles quando entramos no estádio", relata Ainhoren. "Assim como aconteceu conosco, ninguém deve ter revistado a pessoa que deu o tiro."
Perigo
O torcedor se assustou mesmo no momento em que os médicos revelaram o perigo pelo qual havia passado.
"A bala ficou a apenas quatro centímetros do meu coração", disse ele. "Se fosse um pouco mais perto, estaria morto."
O chefe da segurança do Internacional, Olni Silva, afirmou que "é muito remota a hipótese de alguém ter entrado armado no estádio do Beira-Rio".
A revista administrada nos torcedores, realizada pelos policiais militares, é "muito rigorosa", segundo ele.
O chefe de segurança do clube colorado prefere acreditar que a bala possa ter sido originada de fora do estádio.

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