São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Questão de estilo

MELCHIADES FILHO

Os números contam muito a respeito da seleção brasileira que acabou de conquistar importante vaga no Mundial-98.
O time, que, de quebra, assegurou o bronze na Copa América, encampou de vez a filosofia do novo técnico, Hélio Rubens.
Nas seis vitórias e três derrotas, o Brasil mostrou um basquete equilibrado -para seus entusiastas-, ou previsível -para seus detratores.
No ataque, consagrou a troca lateral de passes e evitou os arremessos de alto risco.
Na defesa, soltou os braços na marcação de perímetro.
Estatisticamente, essa opção tática salta aos olhos.
A equipe de Montevidéu ostentou, por exemplo, uma média de pontos (84) inferior à dos comandados pelo ofensivista Ary Vidal na Olimpíada de Atlanta-96 (90).
Os difíceis tiros de três pontos, base do esquema da equipe na era Oscar, perderam espaço. O Brasil ficou apenas em sexto, entre as dez seleções que estiveram no Uruguai, na utilização desse recurso no ataque.
Exatamente por evitar riscos, a pontaria brasileira foi ok na Copa América: 53% nos chutes de dois pontos e 40% nos de longa distância -contra 48% e 35%, na Olimpíada.
Em quase todas as 17 categorias estatísticas calculadas pela organização da competição uruguaia, o Brasil apareceu em torno do quarto lugar -outra prova do equilíbrio (previsibilidade) da equipe nacional.
Somente em dois itens, há um desvio desse padrão.
Nas assistências, surgiu em 7º lugar. Mais um sinal inequívoco de que os armadores pouco criam; concentram-se, sim, em fazer a bola girar.
Mas é nos desarmes que o dedo de Hélio Rubens, um cricri na marcação quando atleta, ficou mais evidente. Com média de 13,3 bolas recuperadas por jogo, o Brasil foi o melhor da Copa América nesse quesito.
Incrível como a equipe mudou tanto em tão pouco tempo.

Texto Anterior: O São Paulo contra a Lei Pelé
Próximo Texto: Experiências; Prioridade; Currículo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.