São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997 |
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Biografia de José Louzeiro sai neste mês
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
"Ela não é uma pessoa, é uma entidade. No palco, se transfigura, deixa o conjunto que a acompanha em polvorosa. Ela é uma pessoa triste, que quando canta transforma desespero em alegria", define Louzeiro. O biógrafo filosofa sobre as razões da tristeza de Elza. "Pelo que pude apurar para o livro, Elza é campeã de tragédia. Nem Nelson Rodrigues ganhava dela. Elza teve uma vida desesperada, foi muito perseguida, por namorar homem casado, pela torcida do time do Garrincha, o Botafogo -diziam que ela prejudicou a carreira dele-, pelos inimigos de João Goulart, de quem era próxima." Louzeiro diz que a cantora encontra mecanismos próprios de fugir das desgraças: "Ela tem uma doença que é uma forma de epilepsia, chamada ausência. Quando sofre alguma coisa muito grave, se isola, foge de tudo, não se lembra de nada". Louzeiro diz que Elza sofreu dois grandes choques na vida: "Primeiro, quando ficou grávida de Garrincha, louca para lhe dar um filho homem, que ele não tinha. Já na maternidade, descobriu que ele tinha um filho ilegítimo. O segundo foi quando Garrinchinha morreu num acidente, aos nove anos de idade. Por isso ela foi embora do Brasil". Louzeiro faz seu diagnóstico: "Toda a alegria que Elza ostenta é sua maquiagem, o jogo de uma boa atriz. Só a música a transfigura, os críticos são unânimes em afirmar que ela canta cada dia melhor, sem nunca perder o tom". (PAS) Texto Anterior: Álbum reata carreira Próximo Texto: Trajetória de Elza Índice |
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