São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Exame mostra que motorista de Diana estava alcoolizado

MARTA AVANCINI
DE PARIS

Henri Paul, o motorista que dirigia o carro no momento do acidente que resultou na morte da princesa Diana e Dodi al Fayed, estava alcoolizado. Esse é o resultado de um exame toxicológico do sangue de Paul divulgado ontem pelo ministério público francês.
Paul tinha 1,75 grama de álcool por litro de sangue. Especialistas avaliam que ele teria tomado pelo menos uma garrafa de vinho tinto.
A lei francesa considera crime dirigir com mais de 0,5 grama de álcool por litro de sangue (equivalente a dois copos de uísque).
O namorado de Diana, Al Fayed, e Paul morreram no local do acidente. Paul não era motorista profissional e fazia parte da equipe de segurança do hotel Ritz. O hotel pertence à família de Al Fayed e foi o local onde ele jantou com Diana na noite de sábado.
O ministério público também informou que o Mercedes-Benz S-280 onde estavam Diana e Al Fayed circulava a 196 km/h no momento da batida. O carro pode chegar a 210 km/h. A velocidade permitida no túnel de l'Alma, onde ocorreu o acidente, é 50 km/h.
A informação pode mudar o andamento das investigações sobre as causas do acidente que provocou a morte da princesa Diana.
Até ontem, a polícia só trabalhava com a hipótese de que o acidente teria sido causado porque um grupo de fotógrafos em motocicletas estava seguindo o carro. Por causa da perseguição, o motorista teria perdido o controle do carro e batido em um pilar do túnel.
Sete fotógrafos foram detidos após o acidente na região da praça de l'Alma, por suspeita de participação na perseguição. Eles foram transferidos para a prisão provisória do Palácio de Justiça de Paris.
A polícia os deteve para avaliar três pontos: a responsabilidade no acidente, se fizeram o socorro às vítimas -como obriga a lei francesa- e se eles fugiram do local.
O fato de Paul estar alcoolizado pode aliviar a responsabilidade dos fotógrafos. "É pouco provável que sejam indiciados agora", disse o advogado francês Marc Domino.
A assessoria do hotel Ritz informou que, embora Paul não fosse motorista profissional, ele havia recebido um treinamento especial na Alemanha, em 96. A informação contradiz a divulgada anteriormente pelo próprio Ritz de que o motorista não tinha experiência.

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