São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Deputado propõe dar nome de Diana a acordo contra minas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A conferência mundial sobre banimento de minas antipessoais, que começou ontem em Oslo, capital da Noruega, pode dar o nome da princesa Diana a um tratado sobre o assunto. A proposta foi feita por um deputado francês.
Diana foi um dos grandes patrocinadores mundiais de medidas para proibir as minas terrestres, que fazem cerca de 26 mil vítimas por ano, segundo a ONU.
Delegados de 105 países, reunidos na capital norueguesa, abriram a conferência com um minuto de silêncio em homenagem à princesa de Gales.
"Sua morte trágica causou uma profunda impressão em todos nós", disse Bjorn Tore Godal, ministro das Relações Exteriores da Noruega. "Não devemos poupar esforços para atingir as metas que ela estabeleceu para si mesma."
Jack Lang, chefe do comitê de Assuntos Exteriores da Assembléia Nacional (Parlamento da França), propôs que um eventual tratado sobre minas deve homenagear Diana. "Seria um ato de justiça chamá-lo Tratado Princesa Diana", afirmou Lang, em Paris.
Recentemente, a princesa de Gales visitou vítimas de minas terrestres em Angola e na Bósnia, atraindo a atenção da mídia mundial para a questão.
Diana chegou a ser criticada pelos conservadores britânicos em janeiro deste ano, quando o partido ainda comandava o governo britânico -segundo os conservadores, a intervenção da princesa no assunto das minas terrestres era "irreal".
Otimismo exagerado
"Quando iniciamos o movimento para proibir as minas terrestres, há alguns anos, não acreditávamos que viveríamos para ver uma conferência como esta", disse Jody Williams, coordenador da Campanha Internacional para Proibição de Minas Terrestres.
Apesar do clima otimista, especialistas têm questionado a eficácia de eventual tratado do qual se recusaram participar China e Rússia, os dois maiores produtores mundiais de minas antipessoais.
A posição dos EUA também coloca dúvidas sobre os avanços que podem ser atingidos em Oslo. O governo do país defende que as minas não sejam banidas de alguns locais, como a tensa fronteira entre as Coréias do Sul e do Norte, e sustenta a manutenção das minas "inteligentes", que se autodesarmam após algum tempo.
Segundo a ONU, a cada 20 minutos, uma pessoa é mutilada por minas. Há cerca de 110 milhões dessas armas prontas para explodir em mais de 70 países.

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