São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Diana deixa para a moda influência de cabelo e de personalidade

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Diana conseguiu uma proeza para poucos: conseguir fazer a moda funcionar a seu favor. Esta é a opinião de alguns dos principais profissionais de moda no Brasil. "Ela era muito elegante", diz o estilista Reinaldo Lourenço, 35. "Em termos de legado fashion, especificamente, acho que o cabelo dela vai mexer ainda com as pessoas, como inspiração. E seus vestidos de festa com certeza vão pegar." "Apesar de não apresentar nenhuma inovação, sem dúvida seu estilo era bem correto. Depois ela passou a se vestir com estilistas como o inglês John Galliano e mesmo com Versace; às vezes nem dava para notar que era deles -o que é bom. Mostra que não era uma mentira, era sua atitude mesmo", comenta o estilista Alexandre Herchcovitch, 26. Para Lino Villaventura, 45, Diana era o tipo de pessoa que "a roupa era o que menos importava".
"Qualquer coisa que Diana vestia ficava bom, ela tinha muita classe. Seu carisma e sua personalidade transcendiam a questão da roupa", diz o estilista.
Villaventura foi escolhido pela primeira-dama Ruth Cardoso para criar seu vestido para o jantar de jubileu da rainha Elizabeth 2ª, em novembro. Já sobre os vestidos de noite de Diana, para este tipo de ocasião, o estilista acha que a princesa "às vezes acertava mais; às vezes acertava menos." Os fashionistas (formadores de opinião da moda) concordam que a principal mudança de Diana se deu depois de ela ter virado personagens nas revistas de moda internacionais e se aproximado de pessoas do meio, como a editora da "Harper's Bazaar", Liz Tilberis, ou a editora da "Vogue" America, Anna Wintour. Diana foi capa das duas revistas. "Ela era muito fotogênica", diz o fotógrafo de moda Cristiano, 32. Para ele, as fotos da "Vanity Fair", feitas pelo conceituado Mario Testino, publicadas na edição de julho de 95, são seu melhor momento de imagem. Em termos de moda, Cristiano vê com algumas ressalvas, mas pondera: "Ela não era cafona, ela era inglesa."
"Seu cabelo era cafonérrimo", decreta o top cabeleireiro Mauro Freire, 33. "Ela só ficou boa agora, antes de morrer. Daí sim conseguiu sair daquela coisa princesa para virar fashion de uma vez. Ela era uma mulher moderna."

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