São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Senado quer derrubar aumento de verba pública para campanha

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O projeto de lei eleitoral será votado no Senado até o próximo dia 18, para que possa voltar à Câmara e ser sancionado antes da data limite de 3 de outubro. O relator deve ser definido hoje.
O texto terá de passar novamente pelo crivo dos deputados porque os senadores governistas já decidiram alterar alguns itens, como o financiamento público parcial de campanhas e a transformação dos votos em branco em inválidos.
O texto aprovado na Câmara prevê a multiplicação por dez das verbas do fundo partidário em 98. Com isso, os partidos receberiam cerca de R$ 420 milhões dos cofres públicos para cobrir parcialmente os gastos dos candidatos.
A proposta deve ser suprimida pelos governistas no Senado. O PFL e o PSDB têm, juntos, 38 votos -apenas 3 a menos do que o necessário para aprovar a supressão. Como o PTB (com quatro senadores) costuma votar com o governo, a aprovação é dada como certa.
A oposição procura o apoio do PPB e do PMDB para manter o financiamento público parcial.
O líder do PMDB, Jader Barbalho (PMDB-PA), disse ontem que é favorável ao financiamento público. O líder do PPB, Epitácio Cafeteira (MA), também se mostrou simpático à idéia, mas disse que a bancada ainda não tem posição definida.
Ontem, o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) disse ser contra o financiamento público de campanhas.
Os governistas vão investir contra a transformação dos votos em branco em inválidos porque temem perder vagas no Congresso para os pequenos partidos, principais beneficiados pela medida.
O senador José Serra (PSDB-SP) disse que outro item sujeito a mudanças é o que proíbe os candidatos de participar de inaugurações nos três meses anteriores à eleição.
"Do jeito que está não faz sentido. O governador pode mandar um secretário inaugurar a obra e ir visitá-la depois. Inauguração não é uso da máquina", afirmou.

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