São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Eleição divide família Sarney

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A família Sarney não se entende sobre o lançamento da candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP) ao Palácio do Planalto. As divergências apareceram ontem, durante a passagem da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, por Brasília.
"Particularmente, eu não gostaria que ele fosse candidato", disse Roseana, que disputará a reeleição no ano que vem pelo PFL -partido que apóia a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Se depender de mim, ele não sairá candidato", insistiu Roseana.
A governadora sustenta que a candidatura do pai seria um "sacrifício" para a família.
"Ele tem uma eleição tranquila para senador pelo Amapá e, além do mais, não precisa disso: já foi presidente da República e é uma espécie de conselheiro para o país."
Assim como os aliados mais próximos de Fernando Henrique Cardoso, a governadora espera que o pai desista de concorrer e apóie a ala do PMDB favorável a uma aliança nacional com PSDB e PFL em 1998.
"Se for uma coisa importante para ele sair candidato, apoiarei com todas as forças", completou Roseana, que não cogita a possibilidade de deixar o PFL. "Essa candidatura é apenas uma hipótese."
"É uma hipótese e se eu sair candidato ela me apoiará", reagiu ontem o senador José Sarney, insistindo em que está "tudo bem" na família.
No final da tarde, depois de um encontro com a filha, o senador Sarney disse que a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto "continua firme": "Se o PMDB quiser ter candidato, meu nome estará à disposição".
O partido ainda não marcou a data da convenção em que optará entre o apoio à reeleição de FHC e o lançamento de um candidato próprio ao Planalto.
O presidente do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), espera que a opinião de Roseana Sarney não abale a disposição do pai. "A posição dela é correta, já que a governadora é do PFL", disse.
Paes de Andrade trabalha para ampliar até o final do mês a lista de pré-candidatos do PMDB ao Planalto. Além de Sarney e do senador Roberto Requião (PMDB-PR), o deputado conta com a filiação do ex-presidente Itamar Franco.
Segundo a expectativa do Planalto, a candidatura Sarney é apenas uma questão de tempo. "Ele marchará conosco", aposta o presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela (AL).

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