São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Caso do motel pode ser duplo homicídio

DA FOLHA RIBEIRÃO

A polícia de Franca (401 km de SP) admitiu ontem, pela primeira vez, a hipótese de duplo homicídio no caso das mortes do médico Antônio Carlos Pinheiro Vissotto, 47, e da empresária Renata Olivito Benedini Fernandes, 33.
O casal foi encontrado morto há uma semana no Dallas Motel, localizado na estrada que liga Franca a Restinga. O delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca, João Batista Palim, vinha trabalhando com duas hipóteses: a de homicídio seguido de suicídio ou de duplo suicídio.
No caso do duplo homicídio, uma terceira pessoa teria entrado no motel, assassinado os dois e fugido em seguida.
"A possibilidade é remota, mas não pode ser descartada, pois novos fatos surgiram com os depoimentos desta semana."
Porém, Palim evitou fornecer detalhes sobre as mudanças nos rumos das investigações. Inicialmente, foi dito que o casal teria chegado ao motel por volta das 21h da terça-feira.
Os primeiros depoimentos afirmavam também que os dois foram encontrados abraçados e que nada de "anormal" havia sido detectado no quarto. Porém, os últimos depoimentos afirmam que o casal chegou ao Dallas Motel às 19h15.
Quando os corpos foram encontrados, o interfone do quarto estava fora do gancho e o casal não estava abraçado, disse o delegado.
Vissotto foi encontrado de bruços e Renata, com a barriga virada para cima. A polícia também constatou que os dois consumiram meia garrafa de vinho e meia garrafa de água no motel.
As garrafas foram apreendidas e os líquidos estão sendo analisados no Instituto de Criminalística, em São Paulo. Segundo Palim, sem o resultado das análises das bebidas fica difícil elucidar o caso.
O resultado deve ser divulgado dentro de 20 dias. A polícia ouviu quatro funcionários do motel desde a morte do casal. Até o final da semana serão interrogados os familiares do casal.
Os familiares de Renata e de Vissotto acreditam em duplo homicídio. Representantes das famílias, que não querem ser identificados, garantem que não havia motivos para o suicídio. O delegado estuda a realização de uma reconstituição para checar as posições exatas em que os corpos foram encontrados.

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