São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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CEF desiste de amplas reuniões para Encol

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo desistiu ontem de marcar novas reuniões para discutir uma saída geral para os 42 mil mutuários e os 12 mil empregados da Encol. Mesmo assim, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vão analisar soluções.
"Não há sentido em fazer esse tipo de reunião", disse o presidente da CEF, Sérgio Cutolo. Por isso, o governo desmarcou a reunião que estava prevista para hoje no Ministério da Justiça.
Essas reuniões foram uma iniciativa do ministro Iris Rezende (Justiça). Foram realizadas duas com representantes dos bancos credores, dos funcionários, dos mutuários e do Judiciário.
Ontem, a assessoria do ministro informou que ele repassou a responsabilidade de convocar novas reuniões para Cutolo, já que sua missão -de abrir o diálogo- tinha sido concluída.
A idéia de Rezende era conseguir um acordo para ser implementado depois que a Justiça decretasse a falência da empresa. Nas reuniões, a CEF e o BB defenderam que a única saída é a falência da empresa.
Autofalência
Durante a reunião da semana passada, Rezende também convidou Pedro Paulo de Souza, sócio majoritário da Encol, para uma conversa. Numa sala separada, foi sugerido a ele que pedisse a autofalência da empresa.
Souza divulgou nota aceitando a proposta, mas pediu que os bancos credores renunciassem por escrito ao seu lugar na fila para receber o pagamento de suas dívidas. Pela lei, eles receberiam antes dos mutuários.
Esse pedido foi considerado inaceitável pelos bancos credores. Agora, disse Cutolo, estão sendo realizadas reuniões com mutuários nos Estados. O objetivo é levantar dados sobre a situação de cada uma das obras.
Os dados já levantados indicam que existem 710 empreendimentos inacabados no país (imóveis residenciais e comerciais). Pela proposta da CEF e do BB, essas obras poderiam ser concluídas mesmo depois de decretada a falência.
A proposta já foi apresentada ao juiz Everardo Alves Ribeiro, titular da Vara de Falências e Concordatas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Foi ele quem recebeu os primeiros pedidos de falência da empresa.
Ribeiro participou das duas reuniões no Ministério da Justiça, mas também já informou a Rezende que iria em novas reuniões. Nas reuniões, ele informou que a legislação permite uma solução negociada para o problema.
O diretor de Crédito Geral do Banco do Brasil, Edson Soares Ferreira, disse que a falência não interessa a nenhum dos credores, mas é a única solução para resolver o impasse sobre a contabilidade da empresa. Segundo ele, os números apresentados pela empresa não são confiáveis.

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