São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
O escândalo da arbitragem - 7 de maio, à tarde Alegando supostas ameaças a sua família, Ivens Mendes reúne a imprensa, no Rio, para apresentar sua renúncia à presidência da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol) - 7 de maio, à noite Reportagem mostrada pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, mostra gravações de telefonemas de Ivens Mendes barganhando favorecimento nas arbitragens em troca de apoio financeiro para sua campanha a deputado federal por Minas Gerais. Alberto Dualib, presidente do Corinthians, e Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, aparecem nas gravações - 8 de maio Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), forma nova comissão de arbitragens, chefiada por ele próprio. Convida ex-árbitros para reformular o setor. Na Câmara de Deputados, é formada uma subcomissão para investigar o escândalo. Teixeira é acusado de ter conhecimento das ações de Mendes - 10 de maio Folha revela que Mendes financia obras no Triângulo Mineiro, seu reduto eleitoral - 12 de maio Dualib assume ter conversado com Mendes, mas isenta o Corinthians de responsabilidade - 13 de maio Nova gravação, adiantada pelo colunista da Folha, Juca Kfouri, envolve outro dirigente corintiano, José Mansur Farhat - 14 de maio Eurico Miranda, deputado federal (PPB-RJ) e vice-presidente de futebol do Vasco, toma o controle da subcomissão na Câmara. Em protesto, deputados do PC do B e do PT deixam o grupo, afirmando que Miranda não se empenhará na investigação das denúncias - 15 de maio Em anúncio nos jornais, Petraglia comenta o caso pela primeira vez. Diz que não é réu, mas vítima. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) inicia processo sobre o Caso. O vice-presidente da instituição, Carlos Antonio Navega inocenta Oscar Roberto Godói e Dualib. Sugere que Mendes e Petraglia serão denunciados - 21 de maio Ministério Público no Rio acata quebra de sigilo bancário e telefônico de Mendes. Em Brasília, Teixeira depõe à subcomissão, mas deputados adulam o presidente da CBF - 5 de junho O STJD elimina Mendes e Petraglia do futebol. Dualib é suspenso por dois anos e o Atlético-PR por 365 dias. Ninguém mais, clube ou pessoa, é punido - 19 de junho Graças a uma sutileza dos estatutos da CBF, o Atlético-PR é reabilitado e ganha permissão para participar do Brasileiro. Pela norma, o clube deveria perder cinco pontos por jogo. Mas acerta-se que será descontado uma única vez, ao final do Campeonato Brasileiro. - 20 de junho Teixeira decide cancelar o rebaixamento de Fluminense e Bragantino e aumentar o número de clubes do Brasileiro deste ano para 26 clubes. Os estatutos da CBF, que determinam apenas 24 clubes na competição, são contrariados. Teixeira nega e justifica que seu ato dará credibilidade ao campeonato - 13 de julho Eduardo José Farah, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), anuncia que proporá a saída dos clubes paulistas do Brasileiro e lança a idéia de um Campeonato Paulista começando em agosto - 16 de julho Em reunião, os clubes paulistas decidem não abandonar a competição - Os personagens . Ivens Mendes Tem evitado falar à imprensa desde que renunciou à presidência da Conaf. Sumiu do noticiário após ser eliminado do futebol por decisão do STJD, em junho deste ano . Mario Celso Petraglia Prossegue trabalhando no Atlético-PR. Já foi flagrado até assistindo a jogos do clube. Na semana passada, liminar que o conduzia formalmente de volta ao cargo foi cassada no Rio . Alberto Dualib Apesar de suspenso, não se afastou da presidência do Corinthians. Na semana passada, liminar que o conduzia formalmente de volta ao cargo foi cassada pela Justiça no Rio . Oscar Roberto de Godói Citado na conversa gravada entre Mendes e Petraglia, acabou saindo ileso do episódio. Trabalha normalmente apitando partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro . Marco Antônio Teixeira Secretário-geral da CBF e tio de Ricardo Teixeira, é citado nas gravações como pessoa que teria autorizado liberação de material promocional a Mendes. Continua no cargo . Ricardo Teixeira Logo após tomar a polêmica decisão sobre Fluminense e Bragantino, tirou férias. Na semana passada, reapareceu no Rio para divulgar as contas da CBF, sob investigação da Receita Texto Anterior: Acusado tenta provar grampo Próximo Texto: Ex-dirigente volta à rotina, mas mantém silêncio Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |