São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Zezé & Luciano lançam disco "à Oasis"

LUÍS PEREZ
DA REDAÇÃO

O lançamento do novo disco de Zezé di Camargo & Luciano foi marcado por cenas de histeria coletiva à 1h da madrugada de ontem, em frente ao atacadista A Universal, na avenida Ipiranga (região central de São Paulo).
Em estratégia que lembra a da banda inglesa Oasis (da mesma Sony Music), a dupla fez a entrega simbólica do CD. O diretor de marketing da Sony, Luis André Calainho, 31, nega que a iniciativa tenha sido inspirada no grupo inglês.
"Realmente há uma semelhança. Na Europa, a coisa foi muito mais dispersa. Aqui, concentramos tudo em um lugar só."
No mês passado, a banda inglesa provocou filas nas lojas durante as primeiras horas da manhã, para o lançamento de "Be Here Now".
O novo CD de Zezé & Luciano chegou ontem às lojas com 1 milhão de cópias já vendidas. Segundo a Sony, os dois discos anteriores -de 95 e 96- venderam cerca de 1,8 milhão cada.
A dupla se mantém em um patamar estável de vendagem. Outras registram números mais modestos -Leandro & Leonardo teve uma tiragem inicial de 300 mil cópias no início de agosto.
Para Zezé di Camargo, "o bolo está mais dividido" com a entrada de outros sertanejos -como Gian & Giovani e João Paulo & Daniel- em patamares maiores.
"Não somos mais sucesso do que ninguém. Mas somos, sem sombra de dúvida, a dupla mais querida do Brasil", diz Zezé.
A grande noite
Depois de se apresentar no programa Hebe (SBT), no qual a apresentadora anunciou a empreitada, segunda à noite, os dois se dirigiram aos cinco atacadistas de São Paulo, todos no centro da cidade, responsáveis pela venda de 40% das cópias -ou seja, 400 mil CDs.
Após visitar comerciantes sem a presença do público, eles se dirigiram ao atacadista A Universal, onde seria feita a maior algazarra.
Além do público, estimado em cerca de mil pessoas pela PM (Polícia Militar), no local havia um telão e um helicóptero, que, por meio de um luminoso, anunciava: "2 de setembro: Zezé di Camargo & Luciano 97". O próprio Zezé chegou dirigindo o caminhão.
Houve empurra-empurra, gritaria e algumas pessoas passaram mal. Com 18 pessoas, a PM teve dificuldades para conter a multidão, que queria entrar no atacadista.
Ninguém se machucou, mas também não pôde entrar -e teve de esperar até o dia amanhecer. A venda na hora foi só simbólica, para os que participaram de um coquetel no atacadista.
"Era um evento, não podíamos vender aqui", afirmou Valéria Biondi Martins, 30, proprietária. O primeiro comprador, porém, foi o próprio Luciano, da dupla. "Fiz questão de pagar."

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