São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Azul e verde são as preferidas

DA "NEW SCIENTIST"

No autêntico espírito do ciberespaço, a imagem que resume as preferências estéticas dos usuários da rede também é uma obra virtual, existindo apenas como bits e bytes.
Komar e Mellamid digitalizaram detalhes de vários Picassos e Rembradts, junto com um cartão postal de Nova York e muitas outras imagens. Esses fragmentos foram então manipulados com técnicas digitais.
Como 40% dos 2.500 entrevistados via Internet escolheram azul ou verde como sua cor preferida, a mesma proporção de cores predomina na figura que resume os gostos dos internautas.
E porque 82% gostavam de imagens irreais, o trabalho possui uma distinta impressão modernista. Ele foi em parte inspirado em Picasso, um dos pintores mais apreciados pelos usuários da Internet.
Paisagens urbanas
Cerca de 35% dos participantes da investigação eletrônica preferiam paisagens urbanas, 28%, paisagens com água, 14%, paisagens rurais e 11%, florestas.
A escolha mais popular prevaleceu, mas, ao pintarem Nova York, os artistas trataram de acomodar uma segunda escolha, incluindo também o rio que banha a cidade.
Mas admitem que o resultado é "verdadeiramente horrível".
Padrões do gosto
Os internautas não são o único grupo estudado por Komar e Mellamid. Desde 1993, fizeram levantamentos em mais de dez países.
As pessoas eram indagadas sobre suas preferências de cores e outros gostos. Personagens mais queridos, roupas preferidas, animais, padrões geométricos -tudo entrou na pesquisa.
Confusão educada
Nas estatísticas dos países, as pessoas expressaram seu evidente agrado ou desagrado estético, enquanto os resultados da Web revelaram uma grande ambiguidade.
Os dados demográficos mostram que o internauta tem nível educacional maior do que o da população em geral.
Na pesquisa dos EUA, 29% dos que responderam tinham formação universitária, enquanto 70% na pesquisa de toda a Internet tinham nível universitário.
Segundo Mellamid, isso indicaria que pessoas com acesso à educação estão esteticamente confusas. Em outras palavras, quanto mais as pessoas sabem sobre arte, menos elas sabem do que gostam.

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