São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
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Gravações são questionadas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No depoimento à CCJ, Zila Bezerra (PFL-AC) levantou dúvidas sobre os métodos utilizados pela Folha na gravação das conversas que revelaram a compra de votos a favor da emenda da reeleição.
Zila disse que há diferenças entre a transcrição dos diálogos na Folha e a feita por técnicos da Unicamp (Universidade de Campinas), a pedido da Câmara. "A Folha subtraiu e adicionou palavras e frases em alguns diálogos."
No seu depoimento à CCJ, o jornalista Fernando Rodrigues, autor da reportagem, disse que trechos foram suprimidos porque algumas pessoas eram citadas sem que seu envolvimento ficasse claro. Nada foi adicionado.
Em 13 de maio, a Folha publicou gravações nas quais os ex-deputados Ronivon Santiago e João Maia, então no PFL-AC, revelavam que tinham recebido R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição. Os compradores foram os governadores Orleir Cameli (AC) e Amazonino Mendes (AM).
Nas gravações, os dois envolveram os deputados Chicão Brígido (PMDB), Zila Bezerra (PFL) e Osmir Lima (PFL). A comissão de sindicância da Câmara que estudou o caso solicitou à Folha as gravações originais. Para preservar o sigilo da fonte, foram suprimidos trechos que pudessem identificar o autor das gravações -o "Sr. X".
As cópias foram analisadas pela equipe do foneticista Ricardo Molina, da Unicamp, que não viu indícios de "montagem fraudulenta" e constatou que as vozes nas gravações são de Santiago e Maia.

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