São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997 |
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Decisão beneficia os próprios senadores
RUI NOGUEIRA; DANIEL BRAMATTI
Indispostos com o fato de a emenda da reeleição que beneficia FHC não ter definido a desincompatibilização (saída do cargo) dos atuais governadores que quisessem disputar a reeleição, os senadores resolveram dar o troco. Contra a emenda votou o próprio líder do governo no Congresso, José Roberto Arruda (PSDB-DF). Ele lembrou que a emenda da reeleição foi votada sem que, em momento algum, fosse apresentada "a idéia de mudar as regras do jogo". Pelas contas de Arruda, um Estado como São Paulo pode vir a ser governado por um candidato eleito com 15% dos votos válidos. A média histórica de votos em branco e nulos tem ficado em 30%. Dividindo os 70% de votos válidos por cinco candidatos, basta um ter 15% que estaria eleito -desde que os outros quatro repartissem igualmente os 55% restantes. "Nenhum governador minimamente competente, candidato à reeleição e no exercício do cargo, deixaria de obter 15%", disse Arruda, provocando risos entre os demais senadores. É que o próprio senador Arruda é candidato ao governo do DF e teme que adversários como o ex-governador Joaquim Roriz (PMDB) consigam facilmente 15% dos votos válidos. As chances de Arruda, como candidato de uma "terceira via"-nem esquerda (PT) nem direita populista (Roriz)-, são maiores em um segundo turno. O líder tucano Sérgio Machado (CE) defendeu a adoção de regras diferentes para a eleição do presidente e dos governadores e prefeitos. "Para governador e prefeito a disputa é administrativa. Para presidente da República, a disputa é ideológica", afirmou. (RUI NOGUEIRA e DANIEL BRAMATTI) Texto Anterior: População já sabe votar, avalia senador Próximo Texto: Comissão aprova fim do 2º turno para governadores Índice |
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