São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997 |
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Ciro quer ser opção de centro-esquerda
ANTONIO CARLOS SEIDL
Em entrevista ontem à Folha, Ciro Gomes disse que tem duas queixas do PSDB: passividade em relação ao governo e fisiologismo. A seguir, os principais trechos. * Folha - O sr. fica ou sai do PSDB? Ciro Gomes - Ou eu saio ou me põem para fora. Há uma terceira variante que é muito improvável. Folha - Qual? Gomes - Que o PSDB faça uma autocrítica para confrontar esses dois problemas: passividade em relação ao governo e adesões fisiológicas. Aceitar o ex-governador da Bahia Nilo Coelho e repudiar o Jaime Lerner é o fim. Folha - Mas o sr. sai ou fica? Gomes - Só saio do PSDB por uma coisa realmente grande. Folha - O que seria isso? Gomes - A formação de um movimento de centro-esquerda. Não dá para ser um partido agora. A emergência do calendário eleitoral não permite. Um movimento com uma plataforma alternativa à do presidente Fernando Henrique e à esquerda ortodoxa. Folha - Não seria um partido? Gomes - Nesse momento isso seria ilusório, mas sim uma frente que poderia ser com o PSB, o PPS, o PC do B, o PV e frações do PMDB, do PDT e do PSDB. Folha - O sr. seria o candidato? Gomes - Vejo a formação da frente como um desafio. Seria incoerente se dissesse que não. Topo, mas não estou pedindo para ser. Folha - Para qual partido iria? Gomes - Se a frente for formada, seus integrantes decidirão por qual partido devo ser candidato. Folha - Quais seriam os princípios desse programa? Gomes - A favor da economia de mercado. O Estado seria um intermediador de oportunidades. Acho que o capitalismo está no apogeu. O Brasil está precisando de uma transição que interrompa esse itinerário de desastre para o qual o presidente Fernando Henrique está encaminhando o país. Texto Anterior: Para governistas, Lula é melhor candidato de FHC Próximo Texto: Eleição e verba distanciam Covas de Kandir Índice |
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