São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997 |
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Divergência marca reunião sobre planos de saúde
ISABEL VERSIANI
Na quinta-feira da semana que vem, Landim pretende fazer a última reunião na comissão para tentar redigir um texto final que seja "o mais consensual possível". Na reunião do Conselho Nacional de Saúde realizada durante todo o dia de ontem, entretanto, ficou claro que o consenso ainda está longe de ser alcançado. Empresários do setor, usuários, governo e congressistas divergem sobre vários pontos da regulamentação. As discordâncias dizem respeito desde a prazos de carência e abrangência de cobertura até ao sistema de ressarcimento ao SUS (Sistema Único de Saúde). Jovens saudáveis Membros do Conselho Nacional de Saúde reclamam que a proposta do governo que está sendo negociada no Congresso não levou em conta as sugestões preparadas pelo órgão no ano passado. Para o representante dos usuários no conselho, Mário Scheffer, o projeto de Landim regulamenta planos para "jovens saudáveis". Ele defendeu o fim da carência, da limitação de tempo de internação e do aumento por faixa etária. Scheffer também defendeu que a fiscalização dos planos fique a cargo do Ministério da Saúde e não da Susep (Superintendência de Seguros Privados), como quer o governo. "Não tem sentido pôr o bode para tomar conta da horta", disse. O deputado José Pinotti (PMDB-SP), que apresentou um voto em separado na comissão especial, classificou as propostas do governo e de Landim de "ridículas". Para o peemedebista, ambas representam os interesses dos empresários e ignoram as necessidades dos usuários. Ressarcimento ao SUS O subsecretário de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde, Januário Montone, argumentou que, devido ao tamanho do mercado de planos, a proposta de regulamentação do governo foi feita "pelo lado econômico", mas não deixou de considerar os aspectos sociais da questão. Ele fez uma explanação aos membros do conselho, detalhando a necessidade de garantir o ressarcimento ao SUS dos gastos com o atendimento de pacientes assegurados. Também defendeu a necessidade de exigir reservas técnicas das empresas. "Se essas regras já existissem, os clientes da Golden Cross possivelmente não estariam correndo esse risco de ficar desamparados", afirmou Montone. Texto Anterior: Rio quer vacinar 2 milhões de adultos Próximo Texto: "As propostas renderam-se aos lobbies" Índice |
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