São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
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Tese é rejeitada por economistas

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos economistas e empresários ouvidos pela Folha não acredita que existam indícios de recessão na economia.
Mesmo economistas ligados à esquerda são cautelosos em afirmar que a queda generalizada dos preços pode ser um sinal de que um período recessivo está perto.
O professor da USP, Paul Singer, foi o mais enfático, apesar de relativizar sua análise. "Não estamos ainda em uma recessão bem caracterizada. A situação não está preta, mas cinza escuro."
Segundo ele, houve queda dos gastos públicos e do poder aquisitivo, o que poderia empurrar o país para um quadro recessivo.
Por enquanto, os indicadores da economia brasileira desmentem essa possibilidade: o PIB deve crescer até 4% ao ano e o desemprego está estabilizado, de acordo com pesquisas.
O professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, também evita a palavra recessão.
Belluzzo prefere falar em redução no nível de crescimento, o que seria um efeito da menor expansão da renda dos mais pobres agora em comparação com os dois primeiros anos do Plano Real.
"Juntando com outros indicadores, fica claro que há uma queda no ritmo de crescimento. Mas não dá para falar em recessão."
Paulo Sidney Costa, que coordena o IGP, índice de custo de vida da Fundação Getúlio Vargas, diz que a deflação tem a ver com um ajuste normal de preços que vem ocorrendo nos últimos meses.
Segundo ele, os preços ainda estão se adequando à concorrência externa e ao cenário de inflação baixa.
O diretor-adjunto do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Faldini, acredita que há uma acomodação dos preços pela diminuição do ritmo de consumo. "É uma adaptação salutar a uma nova realidade."

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