São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Deflação pode indicar recessão, diz Dieese

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda generalizada nos preços observada nos últimos dois meses deve ser encarada com mais cautela que comemoração, adverte o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
O fenômeno, conhecido como deflação, seria o sinal de que a economia brasileira pode estar entrando em uma fase de recessão.
Ontem, o Dieese divulgou o resultado do ICV (Índice de Custo de Vida) do mês de agosto. A inflação no período foi de -0,28%, contra 0,55% em julho.
A coordenadora do ICV, Cornélia Nogueira Porto, acha que os indícios de recessão não estão tanto na deflação de agosto, mas no comportamento dos preços dos produtos chamados concorrenciais nos últimos 12 meses.
O preço desses produtos, que são submetidos a leis de mercado e oscilam de acordo com o comportamento entre concorrentes, registra queda contínua no período.
Os preços de eletrodomésticos, por exemplo, tiveram queda de 7,93%. Os vestuários ficaram, em média, 4,71% mais baratos. A queda fica maior quando comparada com o índice geral do ICV, que acumula alta de 6,72%.
Segundo Nogueira, a maioria dos 576 itens pesquisados pelo Dieese apresentam o mesmo comportamento.
Isso só não estaria se refletindo no índice geral, ou seja, o ICV só não vem registrando deflação nos meses anteriores porque as tarifas públicas e os preços oligopolizados, que não dependem da concorrência, tem crescido acima da média. Em 12 meses, os medicamentos subiram 15,53%. Transportes coletivos, 10,74%.

Texto Anterior: Amil lançará planos de previdência privada na 2ª
Próximo Texto: Tese é rejeitada por economistas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.