São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997![]() |
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Alguma coisa não está dando certo, diz líder
FÁBIA PRATES
"O PT vai ter de sentar em cima dessas coisas e ver o que está pegando, ver se chega a uma solução." Lula esteve em Betim (MG) visitando o prefeito da cidade Jésus Lima (PT) que foi baleado na sexta-feira e está hospitalizado. Ele disse acreditar, no entanto, que o motivo das saídas não é unicamente político e que, se as divergências internas forem o "mal", ele quer que esse mal continue. "O que eu acho grave é a pessoa não levar em conta que é importante ter um partido que possa exigir do governante o cumprimento do que nós falamos no palanque. Democracia exige paciência e convivência com contrariedades." Lula lamentou a saída da ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina do PT. Disse que tentou mantê-la, mas que só pode desejar "boa sorte", se ela decidiu não ficar. "O PT está sempre de portas abertas para quem quiser entrar e sair. Quando as divergências vão se aprofundando, é melhor o divórcio amigável", declarou. Disse que tomou conhecimento da saída de Erundina pela Folha e teria conversado ontem, no início da tarde, com o presidente nacional do partido, José Dirceu, e com o presidente do PT em São Paulo, Antônio Palocci Filho, e eles ainda não tinham sido oficialmente comunicados da decisão. Segundo ele, havia problemas de relacionamento entre Erundina e o PT deste 96. "O PT perde um grande quadro político. Ela é boa mesmo saindo do PT e eu tenho certeza de que estaremos juntos em outras campanhas políticas." Sobre a transferência de Erundina para o PSB, Lula disse que é comum que as pessoas que saem do PT se refugiem no partido e que as pessoas do PSB se refugiem no PT. Lula afirmou ser importante que o PSB, assim como outros partidos de esquerda, cresçam para que Brasil ganhe. "Eu só não vou gostar de que eles cresçam à custa do PT", afirmou. Segundo turno Sobre a aprovação pela Câmara de Constituição e Justiça do Senado da extinção da eleição do segundo turno para prefeitos e governadores, ele disse que em determinado momento na Constituição de 88 ele era defensor "fanático" dos dois turnos e que hoje não tem "tanta convicção assim". "Pela minha experiência política, o que tem acontecido na maioria dos casos, quando o PT vai para segundo turno, é que todos os partidos se juntem contra ele". Ele disse que a legislação eleitoral, votada pela Câmara, é menos ruim do que a que queria o presidente Fernando Henrique Cardoso: "Não sei se o poder de compra de voto do presidente não vai mudar o que a Câmara aprovou". Sobre a opinião das cúpulas do PSDB, e do PFL de que ele seria melhor adversário de FHC, ele disse que para o atual presidente também será seu melhor adversário. Texto Anterior: Ex-prefeito de Goiânia também deixa o partido Próximo Texto: Álvaro Dias aceita aliança com PFL Índice |
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