São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Salvador vive dia de feriado na festa dos 70 anos de ACM

LUIZ FRANCISCO; CHRISTIANNE GONZÁLEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Salvador (BA) praticamente parou ontem por causa das comemorações dos 70 anos do presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Todas as 16 escolas estaduais da cidade baixa liberaram seus alunos para assistir à missa em Ação de Graças ao senador, realizada na igreja do Bonfim.
Os estabelecimentos comerciais e repartições públicas dos bairros próximos ao Bonfim e Graça (onde mora o senador) também não funcionaram.
Os secretários estaduais, municipais, assessores e chefes de gabinetes também não trabalharam pela manhã para participar da festa em homenagem a ACM.
A festa reuniu nove senadores (Bernardo Cabral, Hugo Napoleão, Gilberto Miranda, Carlos Wilson, Edison Lobão, Jorge Holanda, Agripino Maia, Waldeck Ornelas e Josaphat Marinho), três ministros (Gustavo Krause, Raimundo Brito e Luiz Carlos Santos), dez empresários de São Paulo (entre eles, Mário Amato e Carlos Eduardo Moreira Ferreira) e o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira.
O senador aproveitou a festa para descartar a possibilidade de governar o Estado pela quarta vez. "Essa hipótese está sepultada." Disse que trabalha com dois nomes para apoiar na sucessão estadual -o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL), seu filho, e o atual governador, Paulo Souto (PFL).
Queima de fogos Acompanhado por uma carreata, ACM foi recebido na igreja do Bonfim por uma queima de fogos. O senador demorou uma hora para percorrer os 12 quilômetros que ligam sua casa à igreja do Bonfim.
Normalmente, o percurso é feito em apenas dez minutos. Ontem pela manhã, a Secretaria Municipal de Transportes Urbanos registrou um engarrafamento de 14 quilômetros.
Dentro da igreja, ACM vestiu a capa do grupamento de fiéis da Irmandade do Senhor do Bonfim (bata vinho com detalhes amarelos). Ao lado do governador Paulo Souto (PFL), 51, ACM assistiu à missa em pé e chorou o tempo todo.
"Estamos aqui para homenagear o mais baiano de todos os baianos, o arquiteto e construtor deste Estado que é exemplo para o Brasil", disse o monsenhor Gaspar Sadock.
No percurso, foram colocadas 300 faixas parabenizando o senador. Foram distribuídos 10 mil adesivos, 2.000 bandeirinhas, 200 bandeiras de pano.
Dentro da igreja havia cerca de mil pessoas (a capacidade do templo é de 800 pessoas), segundo a polícia. Outras 5.000 pessoas acompanharam a celebração do lado de fora.
"A Bahia me deu mais do que eu merecia", disse ACM após a missa. "Minha disposição para servir esta terra não tem limites. Eu me sinto com 40 anos."
Antes da missa, políticos e assessores brigaram pelo direito de sentar próximo a ACM, em um dos 50 lugares reservados pelo cerimonial da igreja.
"Aparecer ao lado do senador por alguns instantes significa votos", disse o vereador Emerson José (PFL), 32.
Os amigos mais íntimos de ACM e todos os 14 secretários estaduais se cotizaram e deram de presente uma âmbula (vaso onde se guardam as hóstias) e um cálice de prata portuguesa. Cada um colaborou com R$ 160.

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