São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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'Acho filmes de ação chatos', diz Lambert

DENISE MOTA
DA REDAÇÃO

O guerreiro imortal que atravessou séculos incólume virou um criador de vida artificial e ininterrupta numa megalópole eletrônica, em 2005.
Mais do que a fantasia como elemento comum das duas situações, essas múltiplas existências trazem o mesmo rosto: o ator norte-americano Christopher Lambert, que esteve em São Paulo na última terça-feira para promover a ficção científica "Nirvana".
Aos 40 anos, o ator, que ficou conhecido no Brasil por interpretar o cavaleiro escocês de "Highlander" (86), volta agora às telas como o programador de videogames Jimi, que entra numa aventura virtual depois que Solo, personagem de um de seus jogos, adquire identidade própria.
"'Nirvana' tem um roteiro especial, porque consegue ser emocional, apesar de envolver tecnologia. É um filme difícil de fazer porque é simples ao falar de coisas importantes", afirmou o ator, em entrevista à Folha.
Não é a primeira vez que Lambert envereda por terrenos eletrônicos. Em "Mortal Kombat", o ator foi personagem de um game e lutava contra forças do mal.
"Existem pessoas envolvidas demais com computadores, e elas esquecem da família, de tudo. Nesse aspecto, filmes assim são positivos, porque alertam para a necessidade de se utilizar tecnologia, mas não como meio principal de comunicação com as pessoas."
A persistência nos filmes de pura ficção não incomodam o ator. "Não quero fazer no cinema algo que eu, Christopher, faço na minha vida real. Quando estou no mundo da fantasia, posso voar, posso viver 400 anos, e é por isso que atuo."
O ator agora se prepara para mergulhar em uma nova lenda. Em "Beowulf", ele vive a história de um garoto nascido do diabo e de uma mortal, em filme baseado num conto popular do século 5, sob direção de Graham Baker.
"Escolho filmes pela emoção. Acho filmes inteiramente de ação chatos porque se repetem há pelo menos 15 anos, apenas com grandes efeitos. O espectador quer ver gente."
Negócios
Fora da ficção, Lambert também está preocupado em atrair gente para seus empreendimentos. O mais novo deles é a casa de entretenimento Gitana, cuja primeira filial brasileira começará a funcionar em São Paulo, na Vila Olímpia, a partir de 16 de outubro.
Mistura de bar, restaurante, danceteria e local de espetáculos, a rede tem no Brasil a participação de Lambert e mais três sócios brasileiros, os empresários Giancarlo Cerino e Milton Nanni e o arquiteto Juan Manuel Bo.
A cozinha está sob supervisão do francês Hector Bianchi, que cuida do cardápio de todos as unidades do Gitana, caracterizado pela comida espanhola e mediterrânea.
"O projeto Gitana Brasil inclui a primeira casa, em São Paulo, e uma segunda no Rio, com inauguração prevista para o primeiro semestre de 98", afirma Cerino.
A casa existe em Buenos Aires e Punta del Este. De acordo com o empresário, em São Paulo, Gitana custou R$ 1 milhão, valor não confirmado por Lambert. "Não falo de dinheiro, porque não estou à caça de dinheiro. Tenho sócios que cuidam disso por mim", disse o ator.

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