São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
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Dobra número de áreas de risco em SP

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de áreas de risco de deslizamento de terra e de inundação na cidade de São Paulo dobrou nos últimos dois anos.
Segundo o relatório concluído em 95, até então o último disponível pela prefeitura, havia na cidade 473 áreas de risco. O crescimento foi de 101,4% no período.
Essas áreas apresentam risco ainda maior durante o verão, quando a ocorrência de fortes chuvas agrava os problemas enfrentados pela população.
No último verão, quatro pessoas morreram em decorrência de deslizamentos e inundações na capital, segundo a Defesa Civil do Município.
Assim como no levantamento anterior, a região da cidade que concentra o maior número de áreas de risco é Campo Limpo (zona sul da capital) -35% do total (leia texto nesta página).
Segundo Laerte Carnachioni Júnior, coordenador da Courge, o levantamento é feito para que o governo municipal tenha uma visão global da situação e possa deslocar recursos para as áreas prioritárias.
"Em Campo Limpo, por exemplo, o problema mais grave é de deslizamentos, porque a população invade os morros e constrói casas sem fundações estáveis."
A região de Campo Limpo tem cerca de 500 favelas (onde moram cerca de 350 mil pessoas) e uma população total de 1,2 milhão de paulistanos.
O estudo da Courge demorou cinco meses para ser concluído. As informações sobre os pontos críticos foram passadas principalmente pelas equipes de vistoria das 27 administrações regionais.
Sem verba
O secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, diz que não há verba para todas as obras necessárias na cidade. "Temos de intervir nas áreas mais críticas", afirmou.
Segundo ele, as estatísticas revelam um crescimento explosivo das ocupações irregulares na cidade, principalmente na periferia. "As administrações regionais estarão em alerta permanente durante o verão nessas áreas."
O secretário-executivo da Defesa Civil, David Rocha Martinês, disse que há poucas ações preventivas da prefeitura. "Temos agido corretivamente e apenas nos momentos de emergência."

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